A Preciosa Arte dos Cálices de Flores
A história começa nos albores do mundo, quando a Terra começava a dar vida às criaturas vegetais feitas de água, de vento, de sol e de poeira das rochas. Aconteceu, então, que no misterioso trabalho de transformação orgânica que se realizava no seio daquela natureza selvagem, o acre odor de terra recém-saída do caos e aquele dos vapores que perambulavam pelo espaço, as exalações dos vulcões e das águas em fermentação, se transmudassem, aqui e acolá, em hálitos leves e tênues, brotados dos cálices e de empolas carnosas: as flores. Não se parece isso o começo de um maravilhoso romance? No segundo capítulo dessa história, o homem já fez seu aparecimento sobre a terra. Esta criatura surpreendente, obedecendo aos próprios instintos de conservação, limita-se, a princípio, a procurar nos três reinos da natureza o desejo de satisfazer os seus sentidos mais requintados: a vista e o olfato. Respirando aquela zona de ar mágico que circunda as belas flores multicores, o homem sente nas