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Mostrando postagens de julho, 2017

Eça de Queirós: Dez Contos Escolhidos

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Existem aqueles que menosprezam o fato de seu idioma materno ser o português e acabam caindo num poço de protestação sobre a complexidade da língua. Por outro lado, há também os que conseguem perceber a beleza e singularidade desse linguajar que encanta os ouvidos dos que desconhecem suas palavras. Ora, quem nunca ouviu dizer que a sonoridade do português é mais encantadora que a do francês? Ou que sua escrita é capaz de aprofundar muito mais no âmbito sentimental, fazendo uso de toda pompa possível? De fato, países lusófonos são privilegiados por seu idioma, uma vez que o mesmo toma caráter artístico no vaivém das coisas corriqueiras. Dito isso, o nível se eleva imensuravelmente quando se tem a intensão de fazer arte com a nata língua poética, e um belo exemplo a ser citado é do escritor Eça de Queirós, que faz parte do seleto time de grandes autores lusófonos que entraram para história. Muitos já devem ter ouvido falar das obras O Primo Basílio ou Os Maias , ambas escrit

Um Tom Mais Escuro de Magia, de V. E. Schwab

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É sabido que a leitura de um exemplar tem a capacidade de nos fazer viajar por entre as suas páginas, e que a qualidade dessa leitura tem a ver com os atributos da viagem que a mesma proporciona. Explicando em outras palavras, um livro só é bom quando nos transporta para outra realidade, permitindo-nos ser abraçados por experiências jamais imaginadas na vida real; um verdadeiro mergulho na fantasia, onde somos sujeitos a contemplar a riqueza e a profundidade de lugares e personagens, ambos inerentes à engenhosa imaginação de agentes criadores, tais como  V. E. Schwab, autora de  Um Tom Mais Escuro de Magia. Muitos são aqueles que já se interessaram pela teoria das múltiplas dimensões, ou universos paralelos que englobam "diferentes realidades" no mesmo tecido. Algo parecido, também, com uma árvore que dá frutos iguais, mas em posições diferentes. É exatamente assim que podemos entender superficialmente a paralelidade presente na obra de Schwab, que nos dá a oportunidade

A Casa das Sete Mulheres, de Leticia Wierzchowski

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Sempre me perguntei de onde vem a magia por trás dos romances históricos, os quais abraçam causas verídicas em meio à narrativa criada dentro desse contexto. Seria um gênio o primeiro que teve essa ideia? Colocando personagens nos momentos marcantes da história, dando-lhes características e tramando todo enredo que carregarão por entre as páginas do livro... Provavelmente sim! Por mais que eu não saiba quem tenha sido, posso dizer quem fez e continua fazendo dessa arte um instrumento de sabedoria e emoções, mesclando realidade com ficção junto à primazia da nobre escrita.  De fato, Leticia Wierzchowski domina a temática proposta em seu exemplar A Casa das Sete Mulheres, que ganhou fama após a adaptação à minissérie da Rede Globo no ano de 2003.  Mas ouso dizer que não foi por isso que o best-seller conquistou o público e sim pela maestria da autora em relação à narrativa e a construção de seus personagens. A visibilidade alcançada, ao certo, contribuiu muito para que mais pessoa

Olhos de Carvão, de Afonso Borges

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A escrita de Afonso Borges é tão característica em seu primeiro livro de contos que se torna reconhecível logo nas primeiras linhas de cada capítulo. Tendo ele uma experiência literária bem vasta, consegue dominar a espontaneidade em meio às palavras que compõem a obra. Isso não é algo tão simples quanto parece, pois requer prática e muitas folhas de rascunho amassadas para, enfim, chegar no resultado almejado e passar a emoção àqueles que se aventuram pelas páginas do exemplar Olhos de Carvão. Ouso dizer que são o tipo de histórias onde cada um tem uma impressão singular; algo a ser experienciado de maneira tão particular quanto o fato empático, dado o momento em que o leitor se coloca no lugar do personagem e tenta compreender suas emoções e sentimentos. E falando em emoções, chave de seu enredo, o tempo é um fator importante a ser mencionado. Não é um livro profundamente detalhado em personagens e cenários, todavia em relances sentimentais na curta passagem do tempo de

O Fazedor de Velhos, de Rodrigo Lacerda

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Lançado originalmente em 2008, o livro de Rodrigo Lacerda conquistou inúmeros leitores por tratar de um tema bem comum na vida de quase todos que se aventuraram por entre as páginas da obra. De certo modo, a trama nos envolve numa crise existencial do protagonista após se ver obrigado a tomar decisões difíceis para seguir com sua vida; e isso reflete incontáveis emoções que nós, os leitores, também experimentamos no decorrer de nossa própria trajetória. A maturidade não se conquista do dia para a noite, e isso gera dúvidas sobre qual caminho seguir — principalmente na transição da adolescência à fase adulta —, proporcionando um turbilhão de pensamentos e preocupações à medida em que vamos nos desprendendo dos costumes infantis e nos agarrando à seriedade da sensatez. Talvez o motivo de tamanho apreço seja pela simplicidade e originalidade do tema que repercuti na primazia do título em relação a obra. Além disso, a nova edição da Companhia das Letras, lançada em 2017, contri

Desintegrados, de Neal Shusterman

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Nem preciso comentar o quão interessante é quando temos a oportunidade de ler uma obra que mescla a ficção distópica em meio à fantasia criada pelo autor com a realidade, pois que o enredo de Desintegrados não foge tanto daquilo que é tido como "racional".  Mas, infelizmente, não li o primeiro exemplar da série, e isso gerou certa dificuldade para ligar alguns pontos já que se trata de uma sequência. Contudo, desempenhando o meu papel de leitor, pude perceber a premissa e a crítica proposta por  Neal Shusterman — escritor de mais de 30 livros premiados — no segundo volume da série Fragmentados. Em minha breve pesquisa, vi que o primeiro exemplar interpela o tema do "aborto" em pessoas que já nasceram; ou seja: um massacre. A criança tem proteção até os 13 anos, porém, após essa idade, os pais podem "abortá-la" num processo de fragmentação, que se resume na retirada de órgãos e outras partes do corpo sem matá-la. Assim, os fragmentos podem ser

Book Haul de Junho de 2017

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Se pudesse destacar um mês extremamente especial no quesito de experiência literária, este seria junho. Os exemplares que constituíram a meta de leitura para o mês das grandes festas juninas marcaram por diversas características. Estas englobam a originalidade de cada título junto às emoções passadas por entre as linhas das páginas. Desde obras com um alto índice acadêmico, até à ficção medieval, pude experienciar o objetivo dos autores ao escreverem seus livros: que na maioria das vezes é de tocar psicologicamente o leitor. História, política, filosofia, romance, mitologia, drama, guerra e outros aspectos entraram nesse aglomerado de emoções que só o aventureiro ao desconhecido mundo da literatura consegue vivenciar. De tal forma, abaixo listei alguns exemplares que tomaram meu tempo nos últimos trinta dias e que, de fato, terão um lugar especial na estante! Uma Vez, de Morris Gleitzman Todo mundo merece ter alguma coisa boa na vida pelo menos uma vez.  Felix Salinger,