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Mostrando postagens de dezembro, 2016

Coleção Nossos Clássicos - Machado de Assis (Contos)

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Na década de 60, a Editora Agir teve a brilhante ideia de lançar uma coleção de pequenos livros com os maiores clássicos da literatura brasileira. Os exemplares fizeram tanto sucesso que houve mais de cem volumes em diversas edições. E eu posso afirmar que sortudo é aquele que, ainda hoje, possui todos os volumes dessa coleção; o que não é o meu caso, já que possuo apenas dois desses exemplares. De tal maneira, é exatamente sobre um deles que eu falarei nessa publicação. Trata-se do volume 70 — isso mesmo — que reúne diversos contos de um dos maiores autores brasileiros de todos os tempos: Machado de Assis. Claro que eu fiquei curioso pelo motivo de só abordarem seus famosos contos no volume 70, já que se trata de uma peça importante para a literatura nacional. Então olhei na contracapa a lista dos outros, publicados até então, e vi que o volume 37 havia sido dedicado a Assis também, porém para alguns de seus breves romances. Já os autores dos três primeiros volumes da coleção,

Da Flauta de Junco ao Eco das Montanhas

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O destino de Pã, criatura mitológica, foi amar sem nunca unir-se a criatura amada. Sua morte é um mistério até hoje pois a causa não foi retratada nos fragmentos. Pobre Pã! Apenas os navegantes souberam do ocorrido depois de ouvirem uma voz em alto mar dizendo: "O grande Pã está morto". E isso foi suficiente para repetirem o boato desde as areias da praia até os cumes das grandes cordilheiras. O povo entrou em grande alvoroço e a partir desse dia vários poetas tiveram como inspiração a vida dessa criatura enigmática que gostava de ficar sob às sombras das árvores nas florestas solitárias.  Sabe-se que no final de sua vida, Pã passou a frequentar as encostas das cordilheiras pois tinha esperança de, um dia, encontrar a ninfa Eco. Todavia, morreu sem conseguir. Tinha como companhia apenas a flauta de junco que, por ventura, também tratava-se de uma ninfa. Siringe era o seu nome! Correu por toda a vida de Pã para que ele não a encontrasse, mas de nada adiantara. Rogou aos

Nhá Chica Perfume de Rosa, de Gaetano Passarelli

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Nascida em São João Del-Rei em 1808, Francisca de Paula de Jesus mudou-se para Baependi ainda criança. Devido a perda precoce de sua mãe, a menina, com apenas 10 anos de idade, cresceu sob os cuidados e proteção de Nossa Senhora que era chamada por Francisca de "minha sinhá". No decorrer de sua vida, Nhá Chica, como passou a ser conhecida, nunca se casou e dedicou-se inteiramente à fé em Deus e espiritualidade. Possuía sempre uma palavra de conforto, um conselho ou, até mesmo, uma promessa de oração àqueles que a procuravam. "A fé é a primeira virtude teologal infundida no dia do Batismo, juntamente com a esperança e a caridade. Nhá Chica foi realmente uma pessoa que soube colocar a fé como um dom recebido de Deus no transbordamento da sua piedade, da sua oração sincera a Deus e também a Virgem Maria, e que transbordou em gestos concretos, com acolhida e solidariedade, de caridade." — Dom Frei Diamantino Prata de Carvalho, Bispo da Diocese de Campanha.  Foi

As Orelhas da Lebre

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Certa vez um animal possuidor de longos chifres feriu traiçoeiramente o poderoso leão, que, enraivecido com a deslealdade do ataque e também para que não se repetisse aquilo, expulsou de seus domínios todos os animais que ostentassem chifres. Carneiros, cabras e touros, ao saberem da notícia, puseram-se em debandada, temendo o castigo do selvagem monarca. E tão grande era o temor inspirado pelo leão, que em meio aos fugitivos viam-se até gansos e corças, que, na ânsia de escapar ao perigo iminente, optaram pelo exílio.  Uma lebre, vendo projetada na parede a sombra de suas orelhas, teve receio de que algum perseguidor as tomasse por chifres. — Adeus, meu vizinho — disse ao grilo —, sou obrigada a abandonar meu país, pois estou certa de que no fim de tudo dirão que minhas orelhas são chifres e passarão a perseguir-me. — Ora — respondeu o grilo —, achas que sou bobo para vires dizer-me tamanha asneira? Quem não vê logo que o que tens não passa de orelhas? — Eu seu disso, e t

Book Haul de Novembro de 2016

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Mais um mês que passou e deixou boas experiências literárias. Romances medievais, reflexões, espiritualidade, contos e encantos formaram novembro no quesito "leitura". Abaixo você pode conferir quais foram as obras e ler suas respectivas sinopses; além disso, terá a oportunidade de conhecer mais exemplares parecidos com o tema clicando no link deixado no rodapé de cada uma.  A Rebelde, de Valeria Montaldi Em 1254, numa época em que as mulheres têm como destino apenas o casamento ou a vida religiosa, Caterina de Colleaperto ousa se dedicar totalmente ao estudo da arte médica. Seu empenho e sua competência levam-na a trabalhar no hospital mais importante de Paris, o Hôtel-Dieu. Aos poucos se destaca em sua carreira, mas seu espírito livre, forte e decidido torna-se alvo das intrigas de uma instituição exclusivamente masculina. Por isso, quando um crime ameaça manchar o bom nome do hospital, todas as acusações são lançadas contra ela. Para se esquivar das denúncias

A História do Bordado

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De fato, muitas figuras conhecidas no cenário mítico dos poemas homéricos ou na delicada atmosfera bíblica, revelam como a agulha sempre foi, desde as origens da humanidade, o símbolo de uma arte gentilíssima, que reflete o caráter de várias épocas; ou seja, os costumes, os usos, as manifestações da fantasia e do espírito. É justamente na Ilíada e na Odisseia que encontramos encantadoras donzelas envoltas em cândidos peplos entretidas em bordas tecidos preciosos, com a sábia agulha, guiada por mãos hábeis e espertas. E a arte do bordado encontrou a fonte de sua legendária história num episódio narrado pela mitologia, mesmo sendo sabido que o bordado floresceu na China e atingiu perfeição no Japão; e que somente durante as Cruzadas  difundiu-se pela Europa, onde encontrou grande aplicação nos castelos medievais. Mas a história do vídeo abaixo nos conta em um clima fantasioso que vale a pena ser conhecido também.  A Lenda de Aracne faz parte da mitologia grega, e se resume nu