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Mostrando postagens de agosto, 2017

Nunca Houve Tanto Fim Como Agora, de Evandro A. Ferreira

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Ao contrário de outras críticas sociais que apresentam sua temática de forma massante e trivial em meio à narrativa, a obra de Evandro Affonso Ferreira nos surpreende com seu enredo de palavras bem colocadas, retratando o tema proposto pelo esboço do jogo de particularidades e características singulares assinadas pelo autor. E digo isso pois o mesmo reflete sua vasta experiência literária nos parágrafos curtos que fazem uso apenas do necessário, ou seja, o essencial para despertar no leitor aquilo que o escritor almeja: a mensagem que faz pensar em algo de forma inovadora, deixando o lado sistemático para ir ao encontro do emocional. Nunca Houve Tanto Fim Como Agora , além de tudo, apresenta uma profunda reflexão filosófica do ponto de vista do narrador, que é em primeira pessoa, mostrando e indicando os fatos que fazem do mesmo um ser pensante em meio aos problemas que enfrenta. E sobre esses problemas, já pelo título é possível ter uma vaga noção do que se trata, uma vez qu

Maria e o Caso das Gravuras Desaparecidas, de P. J. Brackston

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Difícil é encontrar alguém que nunca tenha ouvido falar nos famosos contos dos Irmãos Grimm, cuja premissa fantasiosa proporciona uma imersão completa no mundo da imaginação que só a literatura fantástica é capaz de conceder. Ambos acadêmicos alemães que ganharam notoriedade ao escreverem, principalmente, para as crianças. Nesse princípio surgiram os contos, fábulas e poesias que inspiraram e continuam inspirando autores de todo o mundo. O cenário da Alemanha no século XVIII é bem característico e envolvente, principalmente na região da Baviera, onde acontece a trama. A autora P. J. Brackston, formada em escrita criativa pela Universidade de Lancaster encanta os leitores com sua facilidade em conduzir as palavras. O livro que proporciona o mergulho mencionado no universo fantasioso das fábulas, também garante a reflexão de uma sátira bem escrita em meio à paródia, que resume-se em reverenciar a literatura dos Irmãos Grimm, que tanto contribuíram para este gênero literário.

A Última Camélia, de Sarah Jio

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Como uma velha safra de vinho esquecida no sótão que ganha valor à medida em que o tempo a envolve com seu manto, o romance de mistérios e segredos obscuros e desdenhados na noite da história, desenvolve suas raízes profundas no âmbito da estima criada no leitor, que começa a resolver seus enigmas no instante em que vira a primeira página. Claro que os vinhos servem para ilustrar aquilo que fica melhor com o tempo, e no caso do exemplar de Sarah Jio, A Última Camélia, a passagem temporal é de suma importância para a consolidação do mistério junto ao seu desfecho.  O cenário inglês é perfeito para a trama, que se passa em dois tempo e com duas protagonistas. Dois extremos conectados a uma velha mansão no interior da Inglaterra, cercada de especulações a respeito de seus acontecimentos. Além disso, algumas características similares fazem o papel de nó para o laço de particularidades presentes na vida das mesmas. Exemplos a serem citados são a origem novaiorquina e a coragem

Filho das Sombras, de Juliet Marillier

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Mais uma vez mergulhado no oceano de fantasias da cultura céltica que há muito encanta os contadores de histórias por suas particularidades e características. Seja pela magia fortemente relacionada a este povo, ou pelas profecias e crenças politeístas, os celtas tiveram seus primeiros registros catalogados por autores clássicos gregos e romanos, que relatavam várias práticas relacionadas a este povo e seu contato direto com a natureza, destacando o culto que faziam aos elementos das florestas, tais como rios, árvores, pedras, entre outros. É sabido que muitos desses pergaminhos milenares se perderam com a severidade do tempo, mas aquilo que restou foi o suficiente para que o estudo antropológico dessa cultura fosse aprofundado na idade moderna, tornando-se tema acadêmico dentro das universidade e, também, servindo de inspiração para autores apaixonados pela mitologia histórica indo-europeia.  E foi exatamente dessa fonte que a autora neozelandesa Juliet Marillier se abastec

Book Haul de Julho de 2017

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O Book Haul referente ao mês de julho de 2017 é extremamente especial em virtude dos livros que corresponderam a leitura desse período. São obras emblemáticas que abordam diferentes temas em seus respectivos gêneros, ligadas por um objetivo em comum: informar a emocionar o leitor. Desde romances históricos e críticas sociais, até universos distópicos e fantásticos, passando por contos e prosas eternizadas pela tinta no papel. E, além desses notáveis aspectos, trata-se, também, da 20ª publicação mensal onde organizo as principais obras adquiridas ou resenhas nos últimos trinta dias. Abaixo você pode conferir cada uma delas, com o link de acesso a sua resenha e onde encontrá-la; não deixe de conferir: A Casa das Sete Mulheres, de Leticia Wierzchowski Durante a Revolução Farroupilha (1835-1845) — uma luta dos latifundiários rio-grandenses contra o Império brasileiro —, o líder do movimento, general Bento Gonçalves da Silva, isolou as mulheres de sua família em uma estância afa

Um Farol no Pampa, de Leticia Wierzchowski

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Mais uma vez tive a oportunidade de me aventurar em um magnífico romance histórico nacional cuja premissa nos faz viajar para um passado de raízes fortificadas em batalhas e emoções, permitindo-nos imaginar todos os eventos da época como se fossem vividos por nós, que apenas desempenhamos o papel de leitores. Mas uma das características de um bom exemplar é, realmente, esta: conceder àqueles que viram suas páginas, de forma despretensiosa, a oportunidade de viver aquilo que seria impossível se não fossem horas de dedicação de um autor a fim de transformar eventos verídicos, com sinceridade e autenticidade, nos mais ilustres romances, temperando os acontecimentos com suas artimanhas para transformar o conceito acadêmico em artístico. E destacando célebres critérios da artisticidade na escrita que Leticia Wierzchowski dá continuidade a trama de A Casa das Sete Mulheres com o segundo livro da trilogia: Um Farol no Pampa. A obra que, de imediato, nos oferece todo estilo poético

Homo Perturbatus, de Luiz Carlos Freitas

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Sabemos que somos influenciados por incontáveis fatores sociais no decorrer de nosso amadurecimento, e esse processo pode ter tanto um caráter positivo quanto negativo. Explicando melhor, é como se a personalidade fosse moldada com essas ações que presenciamos, sendo as mesmas responsáveis por desenvolver preferências, opiniões e conceitos a respeito do mundo em sua totalidade. Um exemplo real a ser citado, é o caso da tribo isolada na Ilha Sentinela do Norte, no Oceano Índico, na qual os habitantes permanecem sem qualquer influência do mundo moderno ou da sociedade contemporânea. De tal forma que criaram seu próprio sistema e vivem como se ele fosse o correto e único. Mas este exemplo dos sentineleses serve apenas de ilustração para compreender a temática da obra Homo Pertubatus , escrita por Luiz Carlos Freitas. Não é nenhum segredo os problemas que a sociedade moderna enfrenta. Assim como o caso do indivíduo solitário mesmo estando cercado de pessoas, ou o célebre popul