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Mostrando postagens de novembro, 2015

A última luta do Coliseu de Roma

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Esse texto foi adaptado da versão contada por Charlotte Yonge. O maior e mais famoso anfiteatro da antiguidade é o Coliseu, construído por Vespasiano e seu filho Tito num vale cercado pelas setes colinas de Roma. As paredes são tão sólidas e erguidas com técnica tão admirável que ainda hoje, após tantos séculos, é um dos mais belos monumentos de Roma. As arquibancadas que circundam a arena oval tinham capacidade para cinquenta mil espectadores. Ali os romanos assistiam ao esporte, que se iniciava com um gesto do Imperador. Ás vezes o espetáculo começava com um elefante dançarino, ou com um leão portando uma coroa cravejada de pedras preciosas presas á cabeça, um colar de diamantes ao pescoço, a juba banhada em ouro e as patas douradas, fazendo cabriolas com uma pequena lebre a dançar sem temor entre suas garras. Às vezes enchiam a arena de água e um barco soltava toda espécie de animais, que saíam nadando em todas as direções. Ás vezes o chão se abria e surgiam árvores, como po

O Recanto dos Oradores

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O recanto dos oradores, em Londres, situa-se em uma das esquinas do Hyde Park. Lá existe a teoria de que qualquer pessoa pode expressar sua opinião sem riscos de ser executado. Esse direito foi estabelecido em 1872, quando Hyde Park era um ponto de encontro popular para movimentos políticos radicais na época da Rainha Vitória. Em 1866, a polícia bloqueou a entrada do parque, gerando protesto e manifestação. Assim, a lei de 1872 foi o resultado disso. A melhor estação de metrô para o Hyde Park é a Marble Arch, que fica no final da Oxford Street, que no passado era conhecida como Tyburn Road, onde ficavam as forcas de execução dos rebeldes. Multidões podiam assistir de perto a morte de vítimas, e ouvir suas últimas palavras. Isso contribuiu, de forma significativa, para o desenvolvimento do que conhecemos hoje como "liberdade de expressão". Ao longo dos anos, vários nomes passaram pelo recanto dos oradores, dentre eles podemos citar Karl Marx, Lenin, George Orwell e o

A galinha realmente atravessou a rua?

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No passado, galinhas não eram mantidas em fazendas de produção intensiva como são hoje em dia. Há 150 anos, galinhas eram animais domésticos comestíveis, capazes de fornecer ovos e carne em ocasiões especiais. Por essa razão, era, sem sombra de dúvidas, comum pessoas presenciarem galinhas atravessando de um lado para o outro as ruas, procurando comida ou abrigo. Sendo assim, houve um momento que um inglês, querendo fazer uma piada, perguntou o porquê da galinha atravessar a rua, e nesse dia, nasceu na Inglaterra, uma das mais famosas piadas de todo o mundo. Mas não é esse realmente o significado da piada. A primeira explicação é que se trata de uma piada anticlímax. Aquele que conta, indicado pela expectativa e expressão facial de quem está contando uma piada, se torna engraçado, mas quando vem a resposta, é simples e direta. A segunda possibilidade, diz que a piada é um jogo de palavras. Há dois significados na resposta "para chegar do outro lado". O mais obvio, sig

O Misticismo e Romantismo de Yeats

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Alguns lembram dele como um místico e romancista, outros como dramatúrgico e escritor de ficção, mas todos o reconhece como um poeta. Willian Butler Yeats nasceu perto de Dublim, Irlanda, em 13 de junho de 1865. Seu 150º  aniversário tem sido celebrado em toda a Irlanda ao longo do ano com festivais e eventos culturais. Porém, mesmo tendo nascido em território irlandês, W. B. Yeats passou a maior parte da sua infância em Londres. Aos feriados costumava ir a County Sligo, atravessando o mar que divide a Inglaterra da Irlanda, onde a família de sua mãe morava e onde se tornara a região preferida do poeta, por haver beleza de uma forma antiga e selvagem. Yeats veio de uma família artística, seu pai, John, desistiu da carreira de advogado para se tornar um artista, seu irmão Jeck se tornara também um pintor de grande sucesso, enquanto suas duas irmãs faziam parte do movimento de arte e artesanato. W. B. Yeats decidiu se tornar um poeta ainda muito novo e dedicou sua vida a escre

Peiwoh e a Harpa de Lung

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Muito aflito, o imperador da China andava em círculos pelo palácio. Peiwoh tardava a chegar. Talvez nem soubesse que era esperado com tanta ansiedade. Todos os outros músicos do reino haviam fracassado. Só conseguiram extrair da harpa de Lung notas ásperas e desafinadas. Ninguém pudera arrancar uma única melodia de suas cordas. Essa harpa tinha sido uma esplêndida árvore. Na floresta de Lung, ela sabia levantar a cabeça para conversar com as estrelas. Suas raízes penetravam fundo na terra, misturando-se com o dragão prateado que ali dormia. E aconteceu, certa noite, que um feiticeiro transformou a árvore numa harpa teimosa. Finalmente veio Peiwoh, apresentou-se ao soberano e logo acariciou a harpa, como se procurasse domar um coração selvagem. Tangeu com doçura suas cordas. Cantou a natureza, as estações, as montanhas, os rios. Então, uma a uma, todas as lembranças da árvore-harpa acordaram. A primavera de novo brincou entre seus ramos. Outra vez se ouviram as vozes sonhadoras