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Mostrando postagens de dezembro, 2017

Livros Indicados para Leitura em 2018

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Como de costume, todo fim de ano separo três livros que se destacaram entre minhas leituras para indicá-los. Dessa vez, selecionei exemplares diferentes entre si, mas ligados num aspecto em comum: a magia de cativar o leitor. Essa característica se torna relevante em cada título por suas particularidades. Heap House me despertou um sentimento de surpresa e silêncio em meio à confusão; os dez contos escolhidos de Eça de Queirós já falam por si só, enquanto o Fazedor de Velhos me trouxe à mente grandes reflexões a respeito da minha realidade. Sendo assim, fiz questão de destacar essas obras pois elas sempre terão um lugar especial na minha memória. O Segredo de Heap House, de Edward Carey Um livro espetacularmente esquisito, cheio de magia, humor astuto e personagens melancólicos e bizarros. Clod é um Iremonger. Ele vive nos Cúmulos, um vasto mar de itens perdidos e descartados coletados em Londres. No centro dos Cúmulos está Heap House, um quebra-cabeça de casas, castel

Nas águas desta baía há muito tempo: Contos da Guanabara

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Não é novidade o meu imenso apreço por contos dos mais diversos estilos, e isso se dá pelo fato de conseguirem condensar suas emoções em poucas palavras buscando garantir uma breve, porém profunda, experiência aos leitores. E tal característica ainda é enriquecida pela concisa perícia do autor capaz de reduzir seus textos ao essencial sem perder a maestria da arte na narrativa. Ou seja: contos, para mim, são frutos de sentimentos refletidos em lapsos momentâneos, eternizados pelo suave toque da tinta no papel. Muitos são os leitores que começaram suas jornadas literárias através de um conto, pois nele encontraram a forma perspicaz e direta que buscavam para embarcarem no imenso oceano dos livros. E o interesse se potencializa quando há a junção daquilo que foi com aquilo que é, tal como as águas de uma baía, há muito tempo. Ainda que permaneça a mesma, os olhos que a veem em meio às suas águas já não são os mesmos, nem tampouco as vozes que ecoam junto à brisa da manhã. E sã

Silas Marner: O Tecelão de Raveloe, de George Eliot

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A intriga já se firma quando descobrimos que George Eliot nada mais é do que um pseudônimo usado pela brilhante autora Mary Ann Evans que fazia desse disfarce masculino uma forma de seu trabalho ser levado a sério no decorrer do século XIX, em plena era vitoriana. E foi esse mesmo pseudônimo que assinou a obra Silas Marner: O Tecelão de Raveloe, terceiro romance da autora, publicado originalmente em 1861, que ganhou destaque por seu realismo, característica exacerbada à época, e também por sua pegada sofisticada e original ao tratar de assuntos variados, passando por industrialização, religião e fatores público-sociais.  A principio, seria apenas mais um romance ficcional nos padrões ingleses e dentro dos contextos da época, mas a crítica presente na escrita realista de Evans se torna perceptível à medida em que avançamos na leitura. E isso se torna um diferencial para a sua obra, pois ao mesmo tempo em que tinha de enfrentar inúmeras barreiras para ter seus escritos valori

Degas, Renoir e o Relógio de Orfeu, de Simon Goodman

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Se existe algo que desperta o interesse dos mais diversos leitores à história, é, sem dúvidas, uma caça ao tesouro enlaçada de todas as aventuras e percalços inerentes a ela. E estamos acostumados a ver tais jornadas nos exemplares fictícios, fruto da criatividade de seus autores; o que não deixa de ser emocionante. Mas quando esses acontecimentos não passam pelo imaginário das mentes criadoras, encontrando-se na tênue linha da realidade, a atratividade é muito maior. Isso porque percebemos que o conteúdo presente nas linhas do exemplar, de fato, ocorreram sem precisar ser inventados, mas apenas relatados. E sobre estes mesmos relatos, quando expostos em períodos marcantes da história, completam a primorosa obra verídica de caráter artístico requintado. De tal modo que com essas palavras posso salientar a minha experiência da caça ao tesouro com o livro Degas, Renoir e o Relógio de Orfeu, escrito por Simon Goodman. A obra apresenta um aspecto há muito esmiuçado por escrito

Nietzsche e a Verdade, de Roberto Machado

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Me colocando no papel de resenhista literário, cujo objetivo é mesclar o resumo junto à minha opinião sobre determinada obra, passa por minhas reflexões pré-elaboradas para o discernimento do que colocar no artigo, a concepção de uma crítica construtiva, capaz de revelar aquilo que o exemplar tem de melhor e transformar suas particularidades em palavras dentro da análise. De tal forma, fica clara a importância dos textos de Friedrich Nietzsche para tal ofício, uma vez que descobrimos que o significado da crítica vai além de uma simples elucidação opinativa a respeito de textos publicados, passando por um itinerário que não foge de seu principal contexto: a verdade. O professor e autor, Roberto Machado, fez uso da filosofia de Nietzsche para escrever sua obra há muito publicada, e que agora ganha uma nova edição pela editora Paz & Terra. E engana-se quem negligencia sua profundidade em decorrência do número de páginas do livro, pois o assunto abordado é extremamente deta