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Mostrando postagens de setembro, 2016

A Lenda de Eco e Narciso

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A mitologia grega nos faz refletir em meio às suas histórias sobre sentimentos profundos oriundos de seres humanos, cuja experiência é apenas mundana. Todavia, tais histórias leva-nos ao místico mundo de deuses e seres fantásticos que embarcam no imenso emaranhado de emoções, beirando à loucura. Exemplos a serem citados são os personagens Eco e Narciso, ambos traídos por suas virtudes. Num tempo onde diferentes hábitos eram praticados todos os dias, eram contadas essas lendas para o povo, e eles acreditavam fielmente no ocorrido, sem nem passar por suas cabeças o destorcimento da verdade. Um fato interessante a ser analisado é que com o passar dos anos a humanidade foi desvendando os mistérios da natureza e desmistificando as coisas, porém, ainda hoje, os contos passados naquela época são os mais famosos do mundo. O motivo? O peso da história junto as emoções humanas num contexto fantasioso, enriquecido culturalmente!  Tendo, de tal modo, mera semelhança com a realidade, convid

Pompeia, de Mary Beard

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Por quase dois mil anos, a história de Pompéia, antiga cidade romana que foi destruída pelas chamas ardentes do gigante vulcão Vesúvio, localizado no Golfo de Nápoles, assombra a humanidade. Isso porque, de acordo com os relatos, é sabido se tratar de uma das maiores catástrofes que se tem registro. A erupção de Vesúvio fez o chão tremer enquanto enormes bolas de fogo caíam do céu, gases venenosos tomavam conta do ambiente e a lava incandescente transbordava da montanha, varrendo tudo e todos. Esse triste dia inspirou escritores a escreverem seus romances, roteiristas a produzirem seus filmes e até poetas fizeram poesia sobre a montanha, mas diferente dos demais fez Mary Beard, famosa classicista britânica que produziu sua obra com o intuito de mostrar a realidade por trás das especulações. O resultado foi o brilhante exemplar, aqui resenhado, que, de tão rico em detalhes, originou um documentário na BBC sobre o tema em março de 2016, dando aos leitores da obra a possibilidade de

O Trabalho das Gotas de Chuva

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Tive um prazer de narrar uma linda fábula em sua língua original, capaz de nos fazer refletir sobre a importante tarefa que uma simples gota d´água tem e o papel que desempenha desde o momento em que deixa as nuvens do céu até as nascentes vindas das profundezas da terra. Isso tudo contado num clima fantasioso e místico entre a conversa de um esquilo e um pisco-de-peito-ruivo. Você pode conferir sua versão original assistindo ao vídeo abaixo, foi retirada do livro The Royal Crown Readers, mencionado na publicação Livros para Desenvolver Habilidades Humanitárias , mas, caso prefira, tomei a liberdade de desenvolver uma própria versão na língua portuguesa, com algumas modificações, mas sem alterar a premissa.  O TRABALHO DAS GOTAS DE CHUVA "Mas o que pequenas gotas de chuva podem fazer?" perguntou o pisco-de-peito-ruivo para o esquilo, enquanto sentavam-se às margens claras de um riacho para conversarem em uma agradável manhã. Os outros amigos do pisco deixara

Livros Para Desenvolver Habilidades Humanitárias

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É gratificante falar de uma aquisição que muito irá desenvolver meu conhecimento acadêmico e humanitário. Isso porque ambos os livros adquiridos são completamente diferentes entre si, mas os dois proporcionam ao leitor experiências capazes de transformar o modo de pensar. Além do mais, os exemplares são em inglês, a fim de instigar e ampliar o meu conhecimento com o idioma. Aqueles que conhecem o blog sabem do apreço que tenho por contos e fábulas antigas; por isso, quando vi o exemplar The Royal Crown Readers, edição de 1932, perdido em uma prateleira empoeirada, logo o peguei, e com o troco, levei, também, Your Leadership Legacy, obra que tem como objetivo mostrar o caminho da liderança por meio de atos e escolhas que fazemos no dia a dia.  A seguir falarei um pouco mais sobre cada um deles: Your Leadership Legagy, de Robert M. Galford e Regina Fazio Maruca Baseado em histórias detalhadas de grandes líderes que construíram carreiras de sucesso, Seu Legado de Liderança

A História de Caronte: O Barqueiro dos Mortos

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Dentre os seres da mitologia grega, Caronte se destaca por ser o barqueiro dos mortos, aquele que leva as almas através das águas dos rios Estige e Arqueronte, que ilustram a divisão entre o mundo dos vivos, governado por Zeus, e o mundo dos mortos, governado por Hades. Sendo um dos filhos de Nix — deusa primordial da noite —, Caronte foi castigado com a tarefa depois de tentar furtar a Caixa de Pandora. Ao saber de tal feito, Zeus o mandou para o Érebo — personificação das trevas e escuridão — a fim de exercer sua nova função. Nesse tempo, Caronte dividia a função com o seu irmão gêmeo, Corante, onde cada um ficava numa extremidade do barco remando sobre as águas dos rios dos mortos. Porém, tal cumplicidade não durou muito; as moedas dadas pelas almas como pagamento pela viagem deviam ser divididas em igual, mas Corante notou que, a cada dia, as moedas ficavam mais raras e escassas, por esse motivo, começou a duvidar do irmão. Certa vez, Corante pôde ter certeza d

Cobra Norato, de Raul Bopp

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Quão inspiradora pode ser a Amazônia por gerar tantos contos, histórias, mitos e fábulas? Com certeza trata-se de uma das regiões brasileiras que mais contribuiu para o enriquecimento do nosso folclore e literatura. De tal modo que o livro Cobra Norato, de Raul Bopp nada mais é que uma variante original de uma lenda que há muito cercava essa região lendária e misteriosa. Para ser mais exato, trata-se de uma poesia, uma poesia genial. Obviamente não foi algo feito da noite para o dia, basta analisarmos a riqueza dos detalhes que perceberemos todo o empenho do escritor. Idealizado em 1921, escrito em 1928 e publicado em 1931; dez anos foram necessários para concretizar a obra, fruto da experiência de Bopp com a cultura amazônica, incluindo a lenda original, num andar sinuoso, veloz e poético. A lenda original nos relata que uma índia, ao banhar-se entre o rio Amazônias e o Trombetas, foi engravidada pelo monstro rastejante das profundezas do rio. Disso, nasceram dois sere

O Desenvolvimento da Ética no Decorrer do Tempo

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De acordo com a disciplina Ética e Desenvolvimento Sustentável ministrada pelo Centro Universitário Internacional, a ética é a parte da filosofia que estuda os princípios e os valores morais do ser humano. Seu estudo surgiu na Idade Antiga e buscava uma fundamentação teórica para melhorar o modo de vida e convivência das pessoas. Porém, com o passar dos anos, o modo de viver e de relacionar foram influenciados pelos acontecimentos históricos, e as teorias envolvendo a ética precisaram ser reformuladas. Veja como isso aconteceu: IDADE ANTIGA Surge o questionamento da relação do homem com o mundo e o estabelecimento do pensamento e da linguagem. ► Ética Socrática: Baseada nas reflexões do filósofo Sócrates, a ética é embasada no conhecimento, que é visto como uma concepção de virtude, capaz de atingir a felicidade da alma. Os vícios são vistos como formas de ignorância, que, assim como as virtudes, podem ser transmitidas. ►  Ética Platônica: Baseada nos pensamentos do

Filha da Floresta, de Juliet Marillier

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A cultura céltica foi, de fato, um marco na história da humanidade que existiu em várias regiões da Europa, mas principalmente na Irlanda, Grã-Bretanha e Gália entre os séculos IV e III a.C. Sabendo disso, falar de um livro que aborda tal tema é extremamente gratificante, principalmente quando percebemos o quão bem feita foi a pesquisa antropológica para chegar ao resultado final. Juliet Marillier, autora do livro Filha da Floresta, conseguiu mesclar a realidade céltica e o que a história conseguiu provar cientificamente, com a fantasia, crenças e mitologia que tal povo acreditava existir. O mais clássico dos exemplos que posso citar é o naturismo, do qual derivou o culto das fontes, dos rios, das árvores e do sol. "Um conto pode começar de diversas maneiras. Mas também pode haver mais de um conto, e cada um deles de transforma em uma maneira diferente de contar a mesma história." Inspirado na história germânica dos Irmãos Grimm, O Cisne Selvagem, a obra tem como per

Book Haul de Agosto de 2016

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Um mês se torna especial em meio aos sentimentos que cada página de leitura nos proporciona. Julgando as obras de agosto como uma floresta exuberante de risos, choros, intrigas e realizações, posso confirmar o quão gratificante foram as últimas quatro semanas. Sentimento, aventura, história, mitologia... a gosto! Enfim, mais uma meta de leitura cumprida, mais personagens para se guardar no coração, mais empatia para a alma.  Alguns adquiridos, outros emprestados; todos engrandecedores. É certo que uma parte dos exemplares citados nesse Book Haul serão resenhados no Pena Pensante em breve. A seguir, você pode conferir a sinopse de cada um e tirar suas conclusões sobre a premissa das obras: Pompeia, de Mary Beard Às primeiras horas do dia 25 de Agosto de 79, a chuva de pedra-pomes que caía sobre Pompeia parecia abrandar, fazendo com que muitos habitantes saíssem de casa em busca de um abrigo seguro. Em vão, a erupção do Vesúvio não dava tréguas e os habitantes da pequena cid