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Mostrando postagens de outubro, 2018

A Conquista do Everest, por James Ramsey Ullman

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Amargamente decepcionado diante do fracasso da primeira tentativa, George Hebert Leigh Mallory estava decidido a arriscar mais uma vez antes da chegada das monções. O Everest era a montanha dele, mais que de qualquer outro homem. Fora o primeiro a marcar um caminho de escalada. Seu espírito ardente era a principal força motivadora por trás de cada lance vencido, e a conquista do topo era o grande sonho de sua vida. Agora seus companheiros percebiam que ele se preparava para o esforço supremo.  Mallory movia-se com a velocidade de sempre. Acompanhado do jovem Andrew Irvine, iniciou a subida a partir do passo onde estavam, no dia seguinte à descida de Norton e Somervell. Passaram a primeira noite no Acampamento V e a segunda no Acampamento VI, a 28.600 pés. Ao contrário de Norton e Somervell, planejavam usar oxigênio na última etapa e seguir a crista da cordilheira a nordeste, em vez de atravessar a face norte do desfiladeiro. A cordilheira apresentava dificuldades de subida mai

A Livraria, de Penelope Fitzgerald

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Seria um típico romance inglês em cenários e diálogos se não fosse pela especialidade de Penelope Fitzgerald em conduzir seus leitores a uma excêntrica trama que desperta questionamentos distintos à medida em que se avança na leitura. Apesar de sua brevidade, a obra traz uma perspicácia exacerbada em questões de convívio no sentido político; muitas vezes rompendo em vieses orgulhosos e egoístas por parte dos personagens. Tudo isso para desenrolar a narrativa direta que cultiva previsões de seu desfecho, mas que surpreende todos aqueles que ousam imaginar um final à trama.  Adaptado ao cinema por justamente trazer questões de convivência, classe, dinheiro e política, o exemplar também aborda preceitos de afinidade, aludido na introdução de David Nicholls como "exterminadores e exterminados", com os primeiros predominando o tempo inteiro. Ele ainda conclui dizendo que a proposição é inspirada em momentos da vida de Fitzgerald, e que dificilmente iremos encontrar outro au

A Espada Mágica

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Existe uma história muito, muito antiga, do tempo dos cavaleiros em brilhantes armaduras, sobre um jovem comum que estava com muito medo de testar sua habilidade com as armas, no torneio local. Certo dia, seus amigos quiseram pregar-lhe uma peça e lhe deram de presente uma espada, dizendo que tinha um poder mágico muito antigo. O homem que a empunhasse jamais seria derrotado em combate. Para surpresa deles, o jovem correu para o torneio e pôs em uso o presente, ganhando todos os combates. Ninguém jamais vira tanta velocidade e ousadia na espada. A cada torneio, a notícia de sua maestria se espalhava, e não tardou a ser ovacionado como o primeiro cavaleiro do reino. Por fim, achando que não faria mal nenhum, um dos seus amigos revelou a brincadeira, confessando que o instrumento não tinha nada de mágico, era só uma espada comum. Imediatamente o jovem cavaleiro foi dominado pelo terror. De pé na extremidade da área de combate, as pernas tremeram, a respiração ficou presa

São Damião de Veuster e os Leprosos

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Joseph Damien de Veuster (1840-1888) foi um jovem padre belga que se dedicou a cuidar de uma colônia de leprosos em Molokai, no Havaí. Chales W. Stoddard, residente no Havaí e autor do presente relato, visitou a colônia de Melokai em companhia de dois médicos do governo, em 1884. À primeira vista, Kalawao parece ao visitante uma próspera aldeia de quinhentos habitantes, se tanto. A única rua é margeada de chalés brancos com jardins floridos e graciosas árvores tropicais. Está situada tão perto da encosta que mais de uma vez as grandes pedras soltas pelas chuvas rolaram alto da montanha até as cercas nos limites da aldeia. Ao passarmos pela rua, o dr. Fitch era cumprimentado por todos. Sua visita mensal já era esperada e sucediam-se as saudações de "Aloha!" , partindo de todas as portas varandas e janelas.Um grupo mais entusiástico jogava os chapéus para o alto dando vivas ao "Keuka" (o doutor), entremeando a animação com risadas infantis.  Até então, a br

7 Princípios do Líder Revolucionário, de Hugh Blane

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O conceito de liderança se define pela arte de comandar pessoas, atrair seguidores e influenciar de forma positiva as escolhas e ações de um ou mais indivíduos. Está nas organizações que precisam de líderes para comandar suas respectivas produções, projetos, ideias, entre outras questões. O fato é que a liderança não nasce intrínseca a todos os seres humanos; muitas vezes tendo que ser conquistada, aperfeiçoada e exercitada. Salvo raríssimas exceções de líderes virtuosos que sabem extrair de dentro de si por conta própria a capacidade de liderar, traçando o caminho junto à equipe e dando o exemplo prático para que a mesma não se desmotive. Desse modo, a maior parte das pessoas precisa encontrar meios que façam germinar em si o espírito de liderança, tal como a força de vontade. Se instruir é um caminho válido para atingir tal objetivo, e tendo em vista esta presunção, vários autores já escrevam livros como guias para se conquistar a arte de liderar, como no caso de Hugh Blane, cons

Irmão Pedro e o Lagarto de Esmeralda

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Irmão Pedro viveu na Guatemala há muitos séculos, mas o bem que ele fez vive ainda hoje na história do seu trabalho. Era pobre e continuou pobre a vida inteira, pois dava tudo o que tinha aos necessitados. Transformou a própria casa, pequena e humilde, num lugar de tratamento para os doentes. Dizem que à noite percorria as ruas tocando um sininho para lembrar às pessoas de agradecer a Deus e compartilhar as graças recebidas. Certo dia Irmão Pedro estava indo para a cidade e encontrou um homem muito pobre sentado à beira da estrada. Ao ver Irmão Pedro, o homem enxugou disfarçadamente uma lágrima.  — Por que está tão aflito, amigo? — perguntou Pedro, percebendo o desespero do outro.  — Estou com problemas sérios — disse o homem. — Minha mulher está doente e precisa de remédios. Meus filhos estão passando fome, mas não tenho dinheiro e não encontro trabalho. Não sei o que fazer. Irmão Pedro olhou para o rosto sofrido e desejou ajudar. Mas suas roupas também estavam muito sur

Coleção Melhores Crônicas: Marina Colasanti

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Mais uma vez imerso no oceano das crônicas; agora, diria passageiro de um ônibus na estrada da vida, cujas curvas revelam-se em linhas de textos breves, porém com sentimentos pulsantes de uma especialidade à parte. Mais uma vez, e outra, e outra... Parágrafos curtos, orações incisivas, emoções de uma vida costumeira e um olhar seletivo para a realidade. Assim se dá as crônicas de Marina Colasanti: como uma árvore carregada de frutos à beira do caminho. Mesmo não estando com fome, o viajante não sai de sua copa até se fartar. Ora doces, ora amargas, as crônicas da autora se revelam em maestria e nos conduz à via arborizada da literatura. Qualquer leitor consegue perceber a paixão pela escrita que Marina possui e deposita em suas crônicas. Retrato de uma verdadeira cronista que enxerga de forma singular as nuances habituais do cotidiano. De temática abrangente, a autora recobre o imaginário refletindo sua artisticidade: contista, poeta, autora de livros infantis, lindos contos de