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Mostrando postagens de julho, 2015

A Tartaruga Voadora

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Como diziam os antigos, jamais se pode dar um passo maior do que as pernas, ou colocar o chapéu onde a mão não alcança. Ao se desprezar tais conselhos, a imprudência faz morada. É preciso muito equilíbrio em nossas ações, se quisermos lograr êxito. Havia uma tartaruga que tinha uma particularidade. Ao contrário de todas as o utras suas irmãs, não era morosa nos movimentos e caminhava até com alguma rapidez. Um dia, cansada de ficar morando sempre no mesmo local, resolveu sair pelo mundo. Conhecer novas terras é desejo generalizado e o interessante é que os mais coxos são os que menos gostam de ficar no mesmo lugar. Embora tendo a particularidade de ser um pouco mais ligeira que suas companheiras, nossa tartaruga estava longe de ter condições de sair mundo afora. Por isso, contou seu desejo a dois patos, que logo se puseram às suas ordens para auxiliá-la. — Vês como é livre o caminho aéreo pelo qual seguimos? — perguntou uma das aves, ao mesmo tempo que lhe mostrava a imensidã

As Fraudes e Segredos do Coronelismo

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Desde sempre abandonadas pelo poder público, vivendo no analfabetismo, na pobreza, na ausência de assistência médica e judiciária, exposta à violência de malfeitores como jagunços e cangaceiros ou do poder da polícia, as populações rurais e das pequenas cidades  em tudo dependiam dos favores dos coronéis para viver. A origem do Coronelismo remota ao início da República, onde os coronéis se caracterizavam por serem os detentores do controle de uma massa de eleitores cuja conduta política podia ser manipulada e dirigida, a fim de satisfazer o projeto de eternização no poder local do grupo dominante. Sua importância variava conforme o número de eleitores que podia controlar, oferecendo proteção às populações residentes em sua área de influência, exigindo obediência. O processo de votação reservava inúmeras oportunidades de fraude e intimidação a fim de impor ao eleitorado a vontade dos coronéis. Tinham a possibilidade de fazer constar o voto de pessoas já falecidas e analfabetos

O Poder Maquiavélico

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Se pesquisarmos o significado da palavra "maquiavélico" no dicionário, iremos descobrir que se trata de uma pessoa extremamente interesseira, que calcula suas ações para obter o benefício próprio. Entretanto, apesar de Nicolau Maquiavel ter posto a nu uma política com realismo e frieza, diferente dos outros filósofos, seu principal objetivo foi concretizar sua teoria de que os fins justificam os meios, ou seja, o resultado final de uma obra justificará as ações realizadas no decorrer de seu processo. Em seu livro "O Discurso" podemos encontrar o seguinte trecho: "É justo, quando as ações de um homem o acusam, que os resultados o justifiquem." Maquiavel viveu entre o final do século XV e início do século XVI. Nesse período ocorria o início do renascimento que, como o nome já diz, era uma época em que se dava o surgimento de novas ideias nas diversas esferas do fazer humano. No entanto, ao contrário de seus antecessores, que entendiam a política com b

A Secreta Utopia de Shangri-La

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Os primeiros documentos budistas denominavam-na de Chang Shambhala e descreviam-na como fonte antiga de sabedoria. A crença na sua existência espalhara-se outrora — na China Dizia-se que, nas montanhas Cuenlun, existia um vale onde os imortais viviam em perfeita harmonia, enquanto na tradição indiana havia um lugar de nome Kalapa, no Norte dos Himalaias, habitados por "homens perfeitos". Tratava-se realmente de um lugar estranho e ao mesmo tempo incrível. A tradição budista que acreditava na existência de um paraíso subterrâneo conhecido como Agartha, foi também associada a Shangri-La. Um lama contou, certa vez, que tratava-se de uma grande cidade  no coração de Aghart, onde reinava o rei do mundo, convencendo a todos de uma ligação com todas as nações por túneis subterrâneos.  Dizem que no palácio do Dalai Lama, em Lassa, no Tibete, estaria ligado às entradas de Shangri-La — um lugar de quietude ao norte, chamado Portala — onde fora, outrora, o centro nacional reli

Consolo à Solidão

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Houve a publicação de várias obras póstumas de Humberto de Campos que falecera em 1934, deixando grande carga cultural para a humanidade. Mesmo vinte anos após sua morte, existia ainda material a ser publicado, dentre eles, uma crônica escrita no ano de 1931 chamada " A Consoladora". Nenhum rajá da Índia possuíra, jamais, um séquito como o daquele rei. Senhor de minas inesgotáveis, em que brilhava o ouro e a prata e rutilavam o diamante e a ametista, o rubi, a safira o topázio, a esmeralda, uma infinidade, em suma, de pedras luminosas e estranhas, aquele monarca vivia na opulência, mas cumprindo, na terra, um a terrível sentença: andar, continuamente, eternamente, perpetuamente, e sempre, dia e noite, na mesma direção. Foi para minorar esse castigo que ele organizou aquela comitiva soberba convidando para sua companhia todos os príncipes e princesas dos reinos vizinhos. A Amizade, a Riqueza, a Mocidade, a Fé, a Esperança, o Amor, o Ódio, a Caridade, a Ternura, a Tolerâ

Os Segredos da Cultura Céltica

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Entre os povos de estirpe indo-européia, os Celtas permanecem ao grupo dos ocidentais. Este grupo era constituído por antigas populações que, entre os séculos IV e III a.C., tinham ocupado a Irlanda, a Grã-Bretanha e a Gália, avançando de um lado até a Península Ibérica e do outro até a zona setentrional da Itália, e de lá rumaram para o Oriente, até o Mar Negro. Autores clássicos gregos e romanos transmitiram-nos notícias sobre os Celtas, mas estas fontes, pelo que diz respeito ao estudo da religião por estes praticadas, demostraram-se incompletas e de escasso valor. Antigos vestígios atestam que, originalmente, o fundamento da religião dos Celtas era o naturismo, do qual derivou o culto das fonte, do rios, das árvores e do sol. No quadro de paganismo céltico figura, de maneira singular, uma cesta de sacerdotes, os Drúidas ou homens sábios, cuja origem é ainda obscura. Acredita-se que fossem dedicados a estudos naturalísticos, filosóficos e teológicos, os quais, em seguida, ass

O que você precisa saber sobre a ONU?

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A Organização das Nações Unidas (ONU) é uma instituição de caráter universal, pois visa congregar todos os Estados do mundo e compor seus conflitos mútuos na qualidade de guardiã da paz. É a sucessora da Liga das Nações, criada logo após a Primeira Guerra Mundial, na Conferência de Versalhes de 1919, e que acabou fracassando principalmente por não contar, entre seus filiados, com os Estados Unidos da América do Norte e a União Soviética. A ONU conta com 192 Estados filiados, cuja vinculação decorre de um tratado (Carta da ONU) que discorre sobre os direitos e as obrigações daqueles. A organização compreende seis órgãos principais: Assembléia Geral, Conselho de Segurança, Conselho Econômico e Social, Conselho de Tutela, Tribunal Internacional de Justiça e Secretariado, todos situados na própria sede da ONU (Nova York), exceto o Tribunal Internacional de Justiça, sediado em Haia. O Conselho de Segurança é formado por quinze membros, dos quais cinco são permanentes (Estados Unidos,

O Vento do Norte Bóreas e o Sol Hélio

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Hélio e Bóreas, olhando para a terra, viram um viajante que se preparara muito bem para não ser surpreendido por uma borrasca. E era natural que ele assim se precavesse, pois era princípio de outono, estação em que nunca se sabe que tempo se enfrentará ao amanhecer um dia, mesmo que comece claro e ensolarado. E sempre o irisado arco-íris avisa que por essa época nunca é demais trazer-se uma capa. Foi pensando nisso que nosso viajante se agasalhou com grosso e pesado capote. — Este está pensando — disse Bóreas — que pelo simples fato de trazer uma capa, livra de qualquer eventualidade. Não pensou, porém, que me basta soprar com um pouco mais de violência e sua soberba capa voará. Até que seria bem engraçado ver como ele procederá em tal apuro. Vamos experimentar? — Ora, deixemos de tantas palavras e vamos ver qual de nós dois conseguirá mais rapidamente despojá-lo do capote — respondeu Hélio. Podes começar. E para facilitar tua tarefa, eu ainda te permito que escureças meus ra

A Lenda Haitiana de Ghede

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Existe uma lenda haitiana que diz que um dos mais poderosos deuses do vodu é Ghede, Senhor da Morte, e também conhecido como Barão Semedi. Afirmam ser o mais sábio de todos os deuses, pois em sua cabeça guarda o conhecimento de tudo que já viveu, podendo trazer até mesmo os mortos de volta a vida. Quando Ghede sai da escuridão para a luz, tem de usar óculos escuro para proteger seus olhos. Mas frequentemente tira a lente direita dizendo: "Com meu olho esquerdo olho o mundo inteiro, com o direito, fico de olho na minha comida, para ter certeza que nenhum ladrão levará". Pois Ghede tem uma fome insaciável, jogando a comida na boca e fazendo-a descer com sua bebida especial, puro rum temperado com vinte e um temperos ardidos. Não há nenhum ser vivo que consiga tomar desse rum, mas Ghede não se importa. Não pisca, mesmo se o fortíssimo líquido espirrar em seus olhos. Às vezes Ghede aparece como um mendigo esfarrapado, mas na maioria das vezes usa roupas de gala: carto

A Verdadeira Aristocracia

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Aristóteles, que individualizou com maestria essa forma de governo, afirmou que a aristocracia era o governo confiado aos melhores pelos cidadãos, sem distinções de nascimento ou riqueza.  Sendo assim,  significava, literalmente, governo dos sábios e daqueles que apresentavam superioridade não só intelectual, mas também moral.  Caberia aos aristocratas,  dirigir o Estado no rumo do verdadeiro bem. Na antiga Grécia, as origens da aristocracia remontam aos tempos homéricos,  designando o estamento que limitava o poder do rei. Durante o século  VII a.C. ocorreram sensíveis modificações socioeconômicas, surgindo uma  nova elite, estribada não mais na propriedade fundiária ou no sangue, mas na riqueza  pecuniária, e que seria denominada oligarquia, embora mantendo em seu  tempo, prudentemente, a denominação aristocracia. Em Roma, a aristocracia teve seu maior destaque durante a republica senatorial, por outro lado,  ao contrario do que proclamaram Políbio e Cícero, o equilíbrio d

A História de Pigmalião e a Escultura

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Ao ver soberbo monte de granito, o escultor não resistiu à tentação de esculpi-lo de imediato. — Preciso imaginar uma imagem digna desse monte — dizia o artista. Meu cinzel deverá transformá-lo em algo divino, que não desmereça a obra de Deus ao fazer tão bela paisagem. Creio mesmo que o indicado será esculpir um deus. Sim! Dedicarei esta magnífica pedra à imagem de uma divindade que na mão direita deverá brandir uma lua, e na esquerda um sol. Tremei, pobres mortais, e começai desde já as súplicas ao poderoso deus. Ele será o senhor do universo! O artista trabalhou com tanta inspiração na estátua divina que todos que a viam eram unânimes em considerar perfeita a obra, só mesmo faltando-lhe o dom da palavra. Até o próprio escultor, ao terminar sua obra-prima, tremeu ao vê-la! Nunca tivera imagem mais imponente em todo o mundo. O que aconteceu com esse escultor era comum na antiguidade, entre poetas e homens de gênio. Passavam a temer a cólera das divindades criadas por eles p

Como entender os paradigmas?

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De acordo com o Dicionário Aurélio, o termo “paradigma” significa “modelo”, “padrão”. Na atualidade, tem sido usado com frequência nas mais diversas áreas do conhecimento – educação, economia, política, religião, estética, entre outras. Na década de 60 (séc. XX), essa palavra foi utilizada pelo físico Thomas Kuhn para mostrar ao mundo científico que leis, teorias e modelos aceitos pela prática científica são exemplos de paradigmas que podem sofrer mudanças. A partir daí, outras noções sobre o termo foram surgindo. Uma delas se refere ao modo como cada pessoa percebe o mundo, em razão das suas crenças, dos seus valores, da sua experiência de vida, entre outros aspectos. O paradigma é também conceituado como um conjunto de pressuposições por meio do qual é possível predizer e compreender as mudanças que vêm ocorrendo no mundo e lidar com a quantidade de informações produzidas e transmitidas entre os continentes a uma velocidade impressionante. Outro conceito de paradigma está

Empreendedorismo Social

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O atendimento ao público pode ser entendido como fonte de lucro social. Existe aqueles que pensam que a atitude de colocar o cliente em primeiro lugar pode ser classificada como uma ação de empreendedorismo social e que, muitas vezes, é muito mais uma atitude individual do que uma diretriz organizacional. Reconhecer e buscar implacavelmente novas oportunidades para servir à missão organizacional, sem dúvidas, é uma forma de adotar um modo de gerar e manter valor social, não apenas privado, sempre se engajando num processo de inovação, adaptação e aprendizado continuo. Muitos associam o termo empreendedorismo social exclusivamente a organizações sem fins lucrativos que iniciam empreendimentos com fins de lucro. Outros o usam para descrever a iniciativa de qualquer pessoa que crie uma organização sem fins lucrativos. Ainda há outros que se valem desse termo para se referirem a empresários que aderem a práticas de responsabilidade social. Porém, todos com a finalidade de exibir

Parlamentarismo e Presidencialismo

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Uma breve explicação da diferença entre Parlamentarismo e Presidencialismo, é que no Parlamentarismo se tem dois governantes, o Chefe de Estado e o Chefe de Governo. Entretanto, o Chefe de Governo exerce maior poder, sendo eleito via congresso parlamentar. Já o Chefe de Estado, muitas vezes é eleito pelo povo, e passa a representar  o eleitor e o cidadão  frente ao Chefe de Governo. Existe alguns casos em que o Chefe de Governo pode vetar a escolha e eleição do Chefe de Estado.  O Sistema Presidencialista tem  um governante único para tomar as decisões do país, e de acordo com os americanos, esse sistema permite maior liberdade e igualdade aos cidadãos. Um exemplo básico é a Inglaterra, com o sistema de Monarquia Parlamentar, tendo como Chefe de Estado a Rainha Elizabeth II e Chefe de Governo e Primeiro-Ministro David Cameron. Uma diferença na forma de governo , pela qual o poder se organiza e se exerce é que na República é temporário e na Monarquia é vitalício.