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Mostrando postagens de maio, 2015

Cadmo e os Homens Semeados

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Cadmo tinha uma irmã chamada Europa. Ela foi raptada por Zeus, que estava disfarçado como touro, e se tornou mãe do rei Minos, de Creta. Quando Europa desapareceu, Cadmo saiu à sua procura. Durante muitos meses percorreu as terras perto de seu lar, mas não viu sinal de sua irma. Finalmente foi até Delfos para consultar o oráculo que revelava os conselhos e profecias do seus Apolo. Cadmo perguntou ao oráculo o que deveria fazer. "Sua irmã está a salvo. Não procure mais por ela", disse o oráculo. "Seu destino está em outro lugar. Quando você sair daqui, verá uma vaca. Siga-a, e quando ela cair no chão exausta, lá você deverá construir uma grande cidade." Saindo de Delfos, Cadmo viu uma vaca, tal como o oráculo havia dito. Com um grupo de homens ele a seguiu por muitos quilômetros até que finalmente ela caiu no chão. "Aqui fundaremos nossa cidade e a chamaremos de Tebas", disse Cadmo. "Mas, antes, temos que sacrificar essa vaca à deusa Atena. Proc

A História de Chevalier D'Assas

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Há muito tempo, franceses e alemães estavam em guerra. No sul da Alemanha o exército francês se retirava diante do inimigo, depois de acampar a noite ao fim de um longo dia de marcha. O regimento de Auverne fazia parte do lado francês que conseguiu chegar mais perto do inimigo, e o posto mais avançado desse regimento era uma divisão que tinha como capitão um bravo jovem oficial, Chevalier D'Assas. O general francês achou que o inimigo poderia tentar atacar seu exército no dia seguinte. Achou que não havia perigo durante a noite, pois não pensou que eles estivessem suficientemente perto, mas de qualquer forma queria saber sua localização. O coronel do regimento de Auverne ordenou que Chevalier D'Assas fosse verificar se o inimigo se encontrava por perto do acampamento. Era uma noite escura. D'Assas foi sozinho e seguiu cuidadosamente, passando por matas e florestas. Não havia lua para ajudar, e ele teve que seguir em frente tateando pelo caminho. A princípio, não

O Filósofo de Cítia.

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Certo filósofo, filho da rude Cítia, quis levar uma vida mais suave e viajou para a Grécia. Lá, encontrou um sábio muito parecido com aquele de quem Virgílio nos faz relato; varão que se iguala aos reis, assemelha-se a deuses e que, como esses, vive tranquilo e satisfeito. A felicidade do sábio estava na formosura de seu pomar. O filósofo encontrou-o de podadeira na mão, podando os ramos inúteis de suas árvores, que a natureza prodigamente fazia crescer em retribuição de seu trabalho. Perguntou-lhe o viajante, então, por que mutilava daquela maneira as árvores e se era justo tal procedimento. – Caso eu deixe apenas a natureza operar nessas terras, logo essas árvores fenecerão. Não corto senão o supérfluo. Podando-se dessa forma, meu pomar prospera muito mais. Ao voltar o filósofo a seu país, pegou por sua vez uma podadeira e utilizou-a à direita e à esquerda, aconselhando a seus amigos uma poda universal. Cortou das árvores seus galhos mais úteis, colheu e plantou em sua hor

A História de Atlântida.

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Os gregos possuíam diversas lendas e mitos de um passado distante: Foroneus, o primeiro homem, Deucalião e Pirra, que sobreviveram a uma inundação enviada por Zeus para livrar o mundo dos homens maus. Mas quando Sólon, o estadista grego, relatou esses mitos aos sacerdotes do antigo Egito, eles riram. "Vocês, gregos, nada sabem de sua própria história. Vocês falam de uma inundação, mas houve várias. Foi numa dessas inundações que seus ancestrais morreram." E os sacerdotes contaram a Sólon a história da Ilha de Atlântida de onde, nove mil anos antes, a mais nobre raça de homens que já viveu governava a maior parte do mundo conhecido. Um pobre casal, chamados Evenor e Leudice, viviam em uma ilha isolada e pedregosa, com a filha, Clito. Poseidon, deus do mar, ficou enfeitiçado pela beleza de Clito e a esposou. Ele, então, reformou a ilha para fazer dela uma morada digna de sua noiva. Construiu uma série de cinturões circulares de mar e terra, com uma bela ilha no centro qu

Os Bizantinos.

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Num imenso crepúsculo de sangue, a glória de Roma ia-se obscurecendo, submergida pelo cerrado nevoeiro nórdico, quando o imenso edifício dos Césares se dobrava ante o choque das hordas bárbaras. Quando os dois filhos do imperador Teodósio, Arcádio e Honório, dividiram entre si o domínio paterno, a Itália estava em plena dissolução: encerrado entre os muros de Ravena, Honório, imperador do Ocidente, sentia a maré dos bárbaros invadir o território romano, sem que contra eles se levantasse a antiga muralha das legiões. Hérulos, Gôdos, Hunos, Bávaros, Vândalos, todos convergiam para as planícies da Europa mediterrânea, considerada presa rica e certa. O Oriente estava mais calmo, menos pressionado pelo ímpeto dos bárbaros. Assim, a pouco e pouco, ante o progressivo desmoronar da organização romana, Bizâncio, a cidade que Constantino elegera sua capital, assumiu todas as prerrogativas de capital, até que, no ano 476, deposto o último imperador do Ocidente, Rômulo Augústulo, o chefe Héru

A Lenda da Origem do Boi.

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Há muito tempo atrás, a vida era difícil  – mais dura ainda do que hoje. As pessoas tinham de lutar nos campos com as mãos nuas para cultivar comida  e se alimentarem. Raramente tinham o  suficiente  para comer  – mesmo trabalhando noite e dia. O Imperador dos Céus viu os podres  labutando na terra e teve piedade deles. Convocou a estrela do Boi, e a mandou à terra para dizer às pessoas que, se trabalhassem muito, seriam capazes de comer bem a cada três dias. O Boi correu para transmitir a notícia. Mas era uma criatura atrapalhada, e tão orgulhosa de ser o mensageiro do Imperador que trocou a mensagem. Disse às pessoas que se trabalhassem duro podiam comer três vezes ao dia! O Imperador dos Céus não queria que o povo da terra pensasse que tinha quebrado sua promessa, portanto amarrou o Boi ao arado para cultivar os campos. As pessoas não conseguiriam fazer aquilo sozinhas. Na mitologia chinesa, o animal tem lugar especial. É o segundo signo do zodíaco; todos que nascem nesse

O lado aventureiro da vida.

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Engana-se quem pensar que o caminho da glória está calçado de flores. Em favor dessa afirmativa invoco o testemunho de Hércules e seus trabalhos. Nas fábulas e histórias mitológicas são raros os rivais desse deus. Entretanto vou citar um a quem velhos talismãs induziram a tentar fortuna no país dos contos. Ia ele viajando com um companheiro e em meio caminho encontraram um aviso preso a um poste: "Senhor aventureiro, se tuas vistas anseiam por ver o que nunca a nenhum mortal foi permitido vislumbrar, cruze esta correnteza. Depois disso feito, verás um elefante de pedra estendido no chão, toma-o nos braços e leva-o de uma só vez ao cume daquela montanha que vês do outro lado, tão alta que ousa ameaçar os céus com sua soberba imponência." Um dos viajantes se amedrontou. – A correnteza aqui é muito rápida e a água parece profunda  – disse ao companheiro. Mas supondo que consigamos chegar do outro lado, que diabos faríamos com um elefante nos braços? Para que levá

Sábio e caridoso, segundo Esopo.

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Conta-nos Esopo que certa vez um homem, que tanto tinha de caridoso como de imprevidente, encontrou em sua propriedade, num dia em que saía a visitá-la, uma serpente enregelada, estendida sobre um galho. Tal como estava, aquela víbora não viveria mais que um quarto de hora. O imprevidente homem apanha e, enrolando-a num quente pedaço de lã, leva-a para casa. Lá chegando, estende-a perto da lareira, sem nem ao menos imaginar o que poderia ter por paga. Apenas começou a correr-lhe pelo corpo aquele agradável calor emanado das achas da lareira, a serpente recobra ânimo e a traição volta a habitar, como sempre o fizera, naquele traiçoeiro animal. Quando se sentiu senhora de todas suas ações, com todas as faculdades de planejamento, o réptil ergueu um pouco a cabeça, lançou um sibilo, enrolou-se sobre si mesma e armou o bote, tendo por mira seu benfeitor. – Hás de pagar-me, animal traiçoeiro – exclamou o homem, livrando-se do mortal bote com um rápido movimento para o lado. É assi

A Pirâmide de Quéops.

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Quando Quéops, Faraó da IV dinastia, em 2640 A.C., ordenou que lhe fosse erigido um túmulo que, pela altura e imponência, obscurecesse o sol, 100.000 escravos esfalfaram-se sob a canícula solar, durante 20 anos. Núbios, Hebreus, Berberes, povos mediterrâneos, foram envolvidos pela mesma fadiga, e, juntos, compartilharam os escassos víveres que lhes forneciam, derramaram o sangue sob a chibata dos algozes, morreram devido aos esforços despendidos. Aqueles que conseguiram sobreviver, ao termo da obra, foram massacrados, para que ninguém no mundo viesse a ter conhecimento do modo de acesso à cela sepulcral. O Egito, naquela vintena, caiu na desolação. Foi necessário fechar todos os templos, limitar as cerimônias religiosas, sobrecarregar os súditos com taxas e impostos, ordenar aos homens livres que trabalhassem lado a lado com os escravos. Dois milhões e trezentos mil blocos de calcários, pesando duas e meia toneladas cada um, extraídos das montanhas de Mokattam, foram sobrepostos u

O Farol de Alexandria.

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O Farol de Alexandria é a única das sete maravilhas do mundo antigo construída para fins utilitários. Ptolomeu Filadelfo, em 279 A.C., valeu-se do arquiteto Ostrato de Cnido para que este construísse, na ilha de Faro, diante de Alexandria, uma torre que servisse de orientação para os navegantes. Nos é difícil imaginar exatamente a forma: entre ás varias hipóteses, prevalece aquela de que era constituído de três corpos, dos quais um, retangular e maciço , formava o embasamento; o segundo, octogonal, continha as repartições alfandegarias e a residência dos guardas; o terceiro , enfim era câmara de fogo. Sostrato, para que o edifício tivesse maior solidez e resistisse à corrosão das águas, empregou, nos alicerces, blocos de vidros, e,  sobre estes, erigiu  a construção  toda, em blocos de mármore ligados por chumbo derretido. Para que a luz do farol não pudesse, de longe, confundir-se com a das estrelas, foi-lhe adaptado um imenso espelho de metal: a luz do fogo, refletindo-se naquela

A Estátua de Júpiter Tonante em Olímpia.

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Do ano 668 A.C., até 393 da era moderna, a cada quatro anos   , em julho, toda Hélade concorria aos jogos olímpicos. Ao terminar o mês, os vencedores, entre os aplausos do povo, eram coroados no templo, aos pés da estátua de Júpiter. Concebida por Fídias, que se dedicara à tarefa de antes do ano 440 A.C., a efígie do deus pontificava solenemente, sentada no trono, numa altura de 20 metros. Em marfim, que adequadas defumações haviam tornado cor de carne, eram seu corpo e a imagem da vitória, que ele segurava na mão direita; de ouro puro eram as vestes que, com amplas roupagens, lhe cingiam os flancos. Narra-se que Fídias, ao terminar a obra, atirou-se aos pés da estátua e, súplice, implorara de Júpiter um sinal de sua aprovação: subitamente, do céu sereno, desprendeu-se um raio que, iluminando o templo, com tamanho fulgor, que até cegava, foi cair aos pés do artista. Júpiter Tonante demonstrara satisfação pela homenagem.

O Túmulo de Mausolo em Halicarnasso.

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Diante do mar, nas imediações de Halicarnasso, capital da Cária, na Ásia Menor, erguia-se , até o ano 1.100, um túmulo, magnífico pelos seus mármores e esculturas, resplendente pelas decorações policrônicas, imponente pela sua altura. Quando, no ano 352 A. C., após um benéfico reinado, o rei Mausolo morreu, sua esposa Artemisa e todo o povo, desejando perpetuar-lhe a memória com uma obra admirável, convocaram de Atenas, então florescente nas artes e na cultura, os melhores artistas da época: os arquitetos Sátiro e Píteas, os escultores Scopas, Timóteo, Briaris e Leocares acorreram ao chamado e logo iniciaram os trabalhos. Navios carregados de mármore vieram do Dedecaneso; escravos e homens livres, que trabalharam como afã, naquela construção. Artemisa, que a dor tornava dia a dia mais pálida e débil , quase receando não poder sobreviver de muito ao esposo, reanimava-os com sua presença e incitava-os a que se apressassem. Dois anos depois, Artemisia morria, mas o povo quis que ela

O Templo de Diana em Éfeso.

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No lugar onde surge agora a aldeia turca de Aia Soluk, pontificava, outrora, o culto de Diana, deusa da fecundidade. O Templo de Éfeso, várias vezes destruído e reconstruído, era considerado um tesouro comum de toda a Ásia, pois não só seus subterrâneos estavam repletos de riquezas, que os sacerdotes deviam ocultamente administrar, mas o próprio edifício, obra dos arquitetos Chersifrone e  Metagene e dos escultores Scopas e Praxiteles, não tanto pela imponência quanto pela harmonia das proporções, era uma joia da arquitetura grega. Mas eis que, no ano 35 A. C., um demente, que vivia da generosidade dos peregrinos, Eróstrato, numa cálida noite de julho, quando a cidade estava imersa em sono, ateou fogo no edifício. As chamas tudo destruíram antes que os homens que acorreram pudessem salvar algo das inestimáveis riquezas ali acumuladas. Mas, alguns anos mais tarde, ele ressurgiu, ainda mais fúlgido, com seus mármores. 127 colunas iônicas da altura de 18 metros, cingiam a cela da deu

Os Jardins Suspensos da Babilônia.

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Esplêndida devia ser Babilônia, quando Nabucodonosor, no ano 604 A. C., após destruir a cidade assíria de Nívine, instaurou o II império; mas, quando a filha de Ciassar, rei dos Midas, casou-se com o grande rei, este desejou embelezar magnificamente a cidade, presenteando a amada com um jardim que, pela originalidade de sua estrutura e pela variedade de suas flores, fosse digno de sua beleza. E os arquitetos de Babilônia lançaram-se à tarefa, traçando um ousadíssimo projeto: sobre uma área de 40 metros quadrados, eles levantaram uma sequência de terraços de pedra, sustentados por amplos arcos da largura de 6 metros,  de modo que, visto de baixo, o jardim suspenso parecesse uma alta escadaria transbordante de flores. Sob os arcos, ocultavam-se vastas salas reluzentes de decoração, onde os soberanos poderiam permanecer; além disso, para que a água jamais faltasse, foi idealizado um genial sistema de irrigação, que terminava sobre o último terraço, num artístico chafariz. Pouco ou na

O Colosso de Rodes.

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Quando em 672, os Árabes invadiram Rodes, a sombra de um corpo gigantesco, submerso pelas águas, deixou-os estupefatos: o Colosso de Rodes, a imensa estátua de bronze, que se erguia à entrada do porto, jazia, desde mais de 800 anos no fundo do mar, recoberta por algas e moluscos, com as pernas quebradas e o rosto mergulhado na areia. Carete de Lindo e Laccio Lindano tinham sido os arquitetos. Depois de 12 anos de trabalho  −  a obra fora iniciada no ano 280 A. C.  − , Carete, que a tormentosa dúvida de não haver suficientemente providenciado à estabilidade da estátua havia acabrunhado, suicidou-se, e Laccio Lindano prosseguiu, sozinho, os trabalhos, Foram necessárias mais de 300 toneladas de bronze; o interior, preenchido de tijolos até a cintura, e vazio na parte superior, ocultava uma escada, que conduzia à câmara de fogo, posta na cabeça.  Todas as noites, os guardas subiam até lá em cima, a fim de acenderem os fachos que, transluzindo dos olhos do colosso, serviam de farol ao

O Oráculo e o Incrédulo.

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Na Grécia, as pessoas acreditavam nos deuses do Olimpo, e botavam fé como em qualquer outra religião. − Louco quem pretende enganar o céu − diziam os gregos. − Os corações no mais íntimo de seus recantos, nada têm que não seja passível de ser visto a simples olhar dos deuses, que veem as menores ações feitas pelo homem, até mesmo aquela que nas sombras é ocultada. Um certo pagão que não tinha fé nenhuma e só acreditava nos deuses quando disso poderia advir-lhe lucros, entrou no templo de Apolo. Assim que se encontrou ao pé de seu altar, dirigiu-se a ele: − Sereis capaz de me dizer se o que trago oculto em minhas mãos está vivo ou morto? Bem fechado por entre os dedos trazia o ímpio um minúsculo pardal, e estava pronto a dar cabo do passarinho ou pô-lo em liberdade, dependendo de qual fosse a resposta do deus. Seu desejo era surpreender em erro o poderoso Apolo. Mas este, penetrando no mais íntimo do incrédulo, ficou sabendo qual era sua intenção. − Morto ou vivo - respo

A Lenda do Rei dos Pássaros.

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No primeiro ciclo da história do mundo, as criaturas de quatro patas escolheram o leão como rei, os peixes escolheram o tubarão branco, e os pássaros escolheram o pato selvagem dourado. Esse pato era uma das primeiras formas de Buda, que nasceu muitas vezes, em várias formas, humanas e animais, antes de conseguir se libertar da roda da vida. Ele sempre mostrou sabedoria, liderança e humildade. Também existem muitas lições nas histórias de suas vidas, conhecidas como "Os Contos de Jatakas". Mesmo quando nasceu como um cachorro pária, vivendo das sobras que achava no lixo, Buda tornou-se o líder nos cachorros vagabundos, e conseguiu o favor do rei. Então, o pato dourado rei tinha uma linda filha, que era a menina de seus olhos. Ela pediu-lhe permissão para que escolhesse seu próprio marido, e ele concordou e convocou todos os pássaros para um alto monte no Himalaia, pois iria ela fazer sua escolha na frente de todos. Quando a filha examinava a grande reunião de pássar

A Montanha de Vesúvio.

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- Gaio, Gaio! Corra, venha ver! A voz da irmã, que o chamava do terraço, fez estremecer o velho Plínio, que se dirigiu para a janela. Por sobre as colinas, do lado de Nápoles, levantava-se uma coluna de fumaça, semelhante a um gigantesco pinheiro. Enquanto perguntava a si mesmo qual seria a origem do extraordinário fenômeno, começavam a chegar as primeiras pessoas, esbaforidas e atônitas. O Vesúvio estava em erupção e um terremoto sacudia o golfo de Nápoles! Plínio mandou logo aprontar suas quadrirremes e seguiu para o local da catástrofe, onde a chuva de cinza escurecia o sol. Pela manhã, quando se desprendera aquela enorme coluna de fumaça e vapor, o cume do vulcão explodira e a lava incandescente começara a jorrar, em torrentes, pelos flancos da montanha. Na tentativa de socorrer a cidade ameaçada, o velho sábio encontrou a morte. E com ele pereceram os habitantes de Pompéia e Herculano. As próprias cidades, arrebatadas pela apocalíptica erupção, ficaram completamente sepu

O Mundo das Ilusões.

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Uma jovem - a quem daremos o nome de Maria - caminhava a passos largos, muito feliz da vida, levando à cabeça um jarro com leite. Ia despreocupada, pensando chegar sem nenhum contratempo à cidade. Para que mais depressa pudesse caminhar tinha até tomado a precaução de calçar leves sandálias e vestir vestido simples e caseiro. Aproveitando-se do sítio em que se encontrava, dava largas à imaginação, pensando o que faria com o dinheiro apurado com a venda do leite que levava. "O melhor mesmo - pensava ela - é transformar todo o dinheiro em ovos, na granja vizinha, e daí seria um pulinho até que tivesse no terreiro muitos pintinhos. Será muito fácil criá-los, já que disponho de grande espaço em torno de minha casa - falava ela para si mesma. Por mais voraz que seja a raposa, não conseguirá destruir toda minha criação e ainda me sobrarão muitos frangos para levar à feira. Vando-os e, com o dinheiro ganho, posso muito bem comprar um leitãozinho, já bem crescido. Deixo-o ficar por

A Lenda de Aracne

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Aracne, uma linda jovem e habilíssima bordadeira, que vivia em Atenas, aprendera de maneira tão perfeita com a deusa Minerva a arte de bordar que, um dia, orgulhosamente, ousou desafiar a própria, propondo-lhe competir com um trabalho de agulha. Fixado o tema da competição, o tempo em que deveria desenvolver-se e escolhidos os juízes que dariam a vitória quem merecesse, Aracne atirou-se à obra. De suas mãos floresceu um estupendo tecido, em que estavam maravilhosamente representandos os amores dos deuses. No final, os juízes se manifestaram nestes termos: "Obra magnífica, de mulher mortal". Mas o bordado de Minerva, que às filhas de Pandora ensinara a arte de representar, por meio de tapeçaria, as proezas dos heróis, foi proclamado: "Trabalho divino". Aracne vencida, retirou-se presa no mais negro desespero. Sobrepujada pela mágoa, resolveu não sobreviver à derrota e envolveu o pescoço num laço bem apertado. Mas no momento em que seu corpo estava prestes a

Os Segredos da Perseverança.

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É certo que todas as jornadas de vida passam em trechos ásperos. Todos somos testados e chamados à ordem por ocasionais percalços na estrada, surpresas desagradáveis, atrasos irritantes, acidentes e enganos que aborrecem. Há momentos que o mundo inteiro parece estar desmoronando. A adversidade ocupa uma boa parte da vida, e quanto mais cedo aprendemos a lidar com ela, mais suave a mesma se torna. Virtudes como a perseverança deve ser guiadas pela sabedoria prática. Vemos atuar a verdadeira concentração, o emprego do pensamento e do talento na execução de uma tarefa à qual se dedicam toda a mente e coração. E testemunhamos a coragem da imaginação, quando ousamos nos aferrar a ideias que valem a pena, apesar de todos insistirem que são equivocadas. Se encarados da maneira correta, é claro, a maioria dos problemas que encontramos na vida tornam-se oportunidades de conhecer e aumentar a força das nossas virtudes. Os golpes de adversidade podem ser excelentes chances para melhorar

O Pintor dos Anjos.

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Muitos, dentre os grandes artistas italianos, pintaram criaturas angelicais, mas somente Guido Reni passou à história com o título de "Pintor dos Anjos". Isto aconteceu, talvez, porque ninguém quanto ele soube infundir nas figuras divinas um sopro de tão pura suavidade e doçura. Mas, muito mais que a perícia do artista, tal fato se deve, certamente, à instintiva e doce pureza do caráter e do sentimento do pintor bolonhês; dotes estes que, tendo-se nele manifestado desde a infância jamais se desmentiram durante sua afortunada e por vezes infeliz existência. Guido Reni nasceu em 7 de novembro de 1575, em Calvenzano, nos arredores da cidade de Bolonha. Seu pai era músico, e gostaria que Guido seguisse a profissão, mas o menino parecia amar bastante as artes plásticas, desenhando e modelando com notável garbo e com precoce intuição. Aos vinte e três anos já era membro do Conselho da Congregação dos Pintores. Mudou-se para Roma e foi recebido com toda honra merecida; hosp

O Enigma dos Maias.

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Quando um jovem arqueólogo americano, chamado Stephens, abriu caminho a golpes de machadinha no labirinto verde de uma floresta do Iucatã, encontrou-se diante de uma grande laje esculpida. Não sabia o que pensar sobre os monstros que o fitavam com olhos vazios do bloco de granito, pois não se assemelhavam com nada visto antes. Porém, de pouco a pouco, os machados dos pesquisadores libertavam-se do emaranhado de cipós e raízes, descobrindo dezenas de colunas iguais aquela, junto a enormes templos, com majestosas escadarias e paredes com inscrições desconhecidas. A extinta civilização Maia acabava de sair da floresta virgem, enigmática como um despojo atirado à praia pela borrasca. Infelizmente, a maior parte de seus documentos foram destruídos pelos espanhóis. Em sua fúria cega e devastadora, queimaram, ou perderam os demais. Mas, dos monumentos e inscrições que se salvaram, pôde-se, parcialmente, reconstruir a antiga história desse povo. A grande cidade de Chichén Itzá, re

Histórias da Velha Totonha.

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Mais uma vez, lendo o "Menino de Engenho" - de José Lins do Rego - me deparo com algo interessante. Quem de nós não gostaria de ter a velha Totonha para nos contar histórias? Uma edição viva das "Mil e Uma Noites". Sem nenhum dente na boca, e com uma voz que dava todos os tons às palavras. Seletiva, sabia escolher seu auditório. Não era qualquer um que podia ouvi-la, mas quando estava certa, não tinha cansaço. Suas princesas eram mais bonitas, suas vilãs, mais malvadas! Sem dúvida, era uma grande artista. Havia sempre reis e rainhas em suas histórias, forcas e adivinhações. Muito da vida se aprendia com toda aquela fantasia. Incidentes por incidentes eram narrados em seus versos, assim foi quando contou sobre o naufrágio Vapor Bahia: "Meninos agarrados com as mães em prantos; um choro agoniado de gente que vai morrer; a água entrando por dentro do navio ; uma velha se salvando num garajau de galinhas; um homem rico chamado Pataca Lisa correndo para dent

O Império dos Faraós.

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Há milhares e milhares de anos, nas trevas invioláveis da cripta cavada sob a ardente pedreira do Vale dos Reis, dormia o Faraó. Ao seu redor jaziam amontoados cofres de marfim, cadeiras entalhadas, jóias e vasos de alabastro, todo o enxoval de uma alma que aprestava para a grande viagem de além-túmulo; um ramo de flores secas junto à porta murada, recordava o último adeus dos vivos ao falecido soberano. Até que um dia, surdas pancadas de picareta perturbaram o silêncio secular, uma luz ofuscante penetrou improvisadamente no recinto, refulgindo sobre o ouro. Diante dos olhos estupefatos dos intrusos, as pinturas, a tapeçaria, os papiros narraram a grandeza do antigo Egito. A descoberta do túmulo de Tutancâmon em 1922 trouxe novamente o mistério de um mundo desaparecido. De todas as civilizações, os monumentos mais duradouros são os do antigo Egito, as imponentes colunas de Luxor, restos do santuário de Amom, as muralhas fortificadas de Tell-el-Amarna, as criptas do Vale d

Os Nômades do Espaço.

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Todos nós, nas noites de céu claro, já fizemos um desejo qualquer, mentalmente, ao ver rasgar o firmamento um ponto luminoso, mais conhecido como estrela cadente.  Diante desse fenômeno vindo de infinitas distâncias, que sai de zonas perdidas no universo e vem morrer aqui na Terra, podemos deslumbrar seu brilho  por alguns momentos, até que desaparece tal como surgiu. Estrelas cadentes, essa maravilhosa chuva fosforescente, acontece devido à passagem do planeta através da calda de um comenta,  os nômades do espaço. A poeira meteórica incendeia-se ao entrar na atmosfera e arde sem deixar vestígios. Esses astros de longa esteira luminosa   −   os comentas   −   com suas caudas gigantes e nebulosas refletindo a luz do sol, eram atribuídos na antiguidade à tragédia e maldição. Assim fez o médico do século XVI, Ambrósio Paré, ao descrever um cometa avermelhado em que se via monstros horríveis empunhando espadas, e o cardeal Mazarino que previu a própria morte; diz a Enciclopéd

Árvores Mágicas Indígenas.

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Existem vários povos  indígenas que acreditam no poder místico das árvores onde afirmam viver um espírito para se renderem aos cultos; relatou Paracelso em seu livro "As Plantas Mágicas".  Não é raro ver alguma grande árvore com figuras grotescas grafadas e três grandes pedras pintadas de vermelho colocadas na parte inferior de seu tronco. São árvores usadas para sacrifício e adoração que os indígenas fazem, acreditando que seu espírito possa guardar e abençoar a aldeia. De vez em quando, consagram alguns de seus filhos a ditos gênios, responsáveis pelas tais árvores por um período de sete anos. Ao término desse prazo, oferecem-lhe um grande sacrifício. Na minha opinião, trata-se de uma cultura que com o passar dos anos se tornou sagrada para tais povos, onde eles creem fielmente em seus feitos. 

Simples e Genial.

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Estava lendo o "Menino de Engenho" - de José Lins do Rego - quando cheguei a uma parte onde o autor fez referência ao poema da "Galinha Gorda". Tão simples, mas tão genial, me chamou a atenção e logo quis saber do que se tratava!  Descobri que era uma brincadeira típica do nordeste, onde as crianças se reuniam dentro d'água e uma delas jogava a pedra para o fundo gritando: "- Galinha gorda! - Gorda é ela! -Vamos comê-la! - Vamos a ela!" Dito isso, os demais pulavam à procura da Galinha Gorda - a pedra - e quem a encontrasse era o vitorioso da brincadeira, iniciando-a da vez seguinte. Existem várias versões da Galinha Gorda, porém, a original é a manifestação folclórica ligada às águas do Nordeste.

O Rareamento dos Bosques.

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Quão raro são os bosques de terra virgem, intacta, não transformada pelas mãos do homem?  Os quais possuem coníferas folhosas às margens de seus rios cristalinos e montanhas cobertas por musgos. Indubitáveis donos do planeta, tiveram seus tesouros dilapidados por inconsciência e já não são os mesmos de antes. Mas, ainda hoje, podemos ouvir o canto dos pássaros e sentir o manto natural efetivamente indispensável para a vida. Bosques de majestosa beleza, realidade que para muitos não existe mais. Mesmo sendo intoxicados pela civilização, lutaram e mantiveram sua graciosidade. Podiam crescer poderosamente, sem reservas ou limitações. Hoje, apesar da demografia, os bosques sofrem, mas não perdem sua exuberância e resistem em meio aos tormentos .

Aprendendo com o Rio.

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Vivo é o rio que nos ensina evoluir com suas águas de esperança, serenidade e luz. Capaz de reluzir em nossas mentes a sabedoria de passar pelos mais vastos bosque e cair nas mais altas cascatas  sem  perder o foco de chegar aos nossos destinos. Também nos ensina a manter a   paz em meio as pedras e viver as mais distintas experiências sendo sempre iluminado pelos raios do sol.  Sábios são aqueles que aprendem com o rio e fluem como suas águas, visto que chegarão à imensidão do oceano com a perspicácia de olhar para trás e dizer que tudo valeu a pena. 

Idealizar um sonho.

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Todos os dias recebo uma dose de experiências sentimentais idealizadas naquilo que quero ser, da mesma forma que reflito meus pensamentos para o que realmente sou, diferenciado pelo que já fui.  Sonhei pensando e por alguns instantes fiquei feliz, mas apenas pensei. Pensei em ser, não fui. O caminho que diferencia esses dois pontos é vasto, não basta apenas formar um processo mental, é preciso idealizar, diferenciar e agir.  Cada ser tem suas escolhas e objetivos a serem concretizados, independente de seus sentimentos, são verdadeiros sonhos. Sonhos que viajam nos pensamentos esperando serem escolhidos e materializados. A escolha do caminho é individual, do sonho é opcional, já da força que o alimenta é essencial. Quem escolhe sonhar, escolhe a expressão de um momento e a determinação de uma vida.