Os Segredos da Cultura Céltica


Entre os povos de estirpe indo-européia, os Celtas permanecem ao grupo dos ocidentais. Este grupo era constituído por antigas populações que, entre os séculos IV e III a.C., tinham ocupado a Irlanda, a Grã-Bretanha e a Gália, avançando de um lado até a Península Ibérica e do outro até a zona setentrional da Itália, e de lá rumaram para o Oriente, até o Mar Negro. Autores clássicos gregos e romanos transmitiram-nos notícias sobre os Celtas, mas estas fontes, pelo que diz respeito ao estudo da religião por estes praticadas, demostraram-se incompletas e de escasso valor. Antigos vestígios atestam que, originalmente, o fundamento da religião dos Celtas era o naturismo, do qual derivou o culto das fonte, do rios, das árvores e do sol.
No quadro de paganismo céltico figura, de maneira singular, uma cesta de sacerdotes, os Drúidas ou homens sábios, cuja origem é ainda obscura. Acredita-se que fossem dedicados a estudos naturalísticos, filosóficos e teológicos, os quais, em seguida, assumiram função social e civil e foram custodes e propagadores do notável patrimônio doutrinal e mitológico céltico, de que conhecemos o conteúdo apenas fragmentariamente.


Uma das razões que tornou difícil a determinação do panteão céltico é o fato de que os deuses mudam de nome, de região a região. Júlio César, enumerou, em "De Bello Gallico", as principais divindades dos Celtas das Gálias, mas o fez com o nome latino da divindade a que, presumivelmente, correspondiam: Mercúrio — que de acordo com ele, era o mais adorado — Apolo, Marte, Jeová — considerado os grande deuses — e Minerva. Outros de que se tem conhecimento são: Teutates, deus protetor das tribos, Ogmio, deus da eloquência, Epona, patrona dos tropeiros, etc.
O rito fúnebre era tido em grande honra, sacrificando-se ao defunto coisas e pessoas que lhe tinam sido caras em vida, a fim de que lhe fizessem companhia no além. As cerimônias religiosas eram celebradas ao ar livre, em lugares sacros, situado nos bosques, às margens dos rios e lagos, ou em edifícios primitivos. 
Os Celtas cultivaram profundamente o culto dos fados, isto é, de um poder impessoal e indefinível, cuja influência determinava os atos humanos. Criam na imortalidade da alma e na sobrevivência de um mundo ultraterreno, onde os elementos viveriam uma vida de prazeres.

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