O Enigma dos Maias.


Quando um jovem arqueólogo americano, chamado Stephens, abriu caminho a golpes de machadinha no labirinto verde de uma floresta do Iucatã, encontrou-se diante de uma grande laje esculpida. Não sabia o que pensar sobre os monstros que o fitavam com olhos vazios do bloco de granito, pois não se assemelhavam com nada visto antes. Porém, de pouco a pouco, os machados dos pesquisadores libertavam-se do emaranhado de cipós e raízes, descobrindo dezenas de colunas iguais aquela, junto a enormes templos, com majestosas escadarias e paredes com inscrições desconhecidas. A extinta civilização Maia acabava de sair da floresta virgem, enigmática como um despojo atirado à praia pela borrasca.



Infelizmente, a maior parte de seus documentos foram destruídos pelos espanhóis. Em sua fúria cega e devastadora, queimaram, ou perderam os demais. Mas, dos monumentos e inscrições que se salvaram, pôde-se, parcialmente, reconstruir a antiga história desse povo. A grande cidade de Chichén Itzá, representa o maior conjunto arquitetônico que os Maias nos legaram.
Embora pareça incrível as enormes construções que surgem das florestas como colinas de pedra, os 
Maias nunca aprenderam a trabalhar com ferro ou cobre, e todos os templos e monumentos da cidade foram erigidos à força de braços, visto que eles não conheciam o emprego de animais domésticos em seus trabalhos.
Enfraquecida por séculos de luta contra a mata virgem e os próprios homens, a civilização desmoronou-se, sem defender-se, diante de um pugilo de espanhóis. Hoje, os semblantes e o idioma dos indígenas da Guatemala são os mesmos dos antigos donos de Chichén Itzá, mesmo o mato tendo invadido o pátio de seus palácios, sepultando as esculturas sob forte camada de árvores e cipós, guardando consigo lembranças de uma época de glória.
Do alto da suntuosidade dos templos, o sorriso de Culcutã e a Serpente de Plumas parecem zombar do vão orgulho e da efêmera glória dos homens.


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