O Enxadrista, de Christian Pissini


Tão clássico é o xadrez que se popularizou por quase todo o globo ao longo de milênios, responsável por inspirar inúmeras obras literárias com partidas marcantes que sempre envolvem grandes conquistas. Entretanto, apesar da forte cultura do jogo de reis e rainhas, o modernismo literário deixou esse aspecto de lado, migrando seus enredos para outras áreas. O Enxadrista me chamou atenção por abordar esse tema há muito esquecido, que, apesar do tempo, não perdeu o brilhantismo e a emoção de uma jogada.
Obviamente não se trata de uma obra técnica, tampouco aborda o xadrez por si só. Em meio páginas desse pequeno exemplar, nos é dada a oportunidade de conhecer a vida de Charles Parker, uma pessoa normal que passa por momentos de ascensão e declínio. O diferencial do livro é que sua vida é guiada por uma partida de xadrez. Exatamente isso!


Como as Parcas da mitologia grega, que são responsáveis por cortar o fio da vida de um ser humano, levando-o à morte, os dois personagens jogadores de xadrez, enxadristas Je e Lu, estão para o bem e para o mal, fazendo com que cada jogada seja um acontecimento na vida de Charles Parker.
Não se trata de um livro profundo nas descrições de lugares e personagens, pois é sabido desde a sinopse que o objetivo da trama é analisar a vida humana e o equilíbrio entre o certo e o errado que envolvem cada ser desde seu nascimento. Breve e rápido, com mensagem direta, podendo ser lido em uma única tarde.


O clássico jogo que guia a vida do protagonista da obra nos mostra que, apesar de termos o livre-arbítrio para fazermos o que quisermos, vão aparecer em nossos caminhos desafios e vitórias, basta sabermos a maneira certa de agir. Muitos podem achar o enredo raso em sua totalidade, mas, seguindo o meu ponto de vista, talvez esse tenho sido o objetivo do autor para não sair do foco do preceito. Além do mais, o título gerou certa curiosidade pelo fato de estar no singular, afinal trata-se de dois jogadores. Somente nas últimas fui capaz de perceber o porquê.
Em síntese, gostei da ideia que o autor teve de misturar o clássico com o moderno em um conceito espiritualista. Mesmo havendo algumas disfunções irrelevantes na escrita, o exemplar não deixa os leitores à mercê de sentimentos e emoções. Indicado para quem busca uma leitura simples e rápida, com tema reflexivo e de fácil compreensão. 

Título: O Enxadrista
Autor: Christian Pissini
Editora: Bookstart
Data: 2016
Páginas: 75
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Sobre: Destinado a jovens e adultos, na linha espiritualista e filosófica, este conto de ficção busca refletir sobre a nossa existência e nossas crenças. Observando se somos nós os responsáveis por tudo que vivenciamos em nossa passagem por esse mundo.

Comentários

  1. Que obra mais intrigante, nunca vi nada parecido! Vou me aprofundar mais para ver se a colocarei na lista de desejados! Parabéns pela resenha, gostei muito.
    Grande abraço e sucesso!

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  2. Adorei a premissa do livro, gosto de livros leves e de fácil compreensão! Bjs =)

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