A Misteriosa Rainha das Flores


Um roseiral em flor é sempre algo de maravilhoso. Quando as rosas se abrem em todo o seu esplendor, nos jardins, mesclando seu aroma ao das demais plantas, a natureza toda se adorna e é realmente um espetáculo maravilhoso. Desde tempos imemoráveis, a rosa é a rainha das flores, flor procurada em todos os recantos do globo.
O grande poeta Homero comparava as cores da aurora aquelas tênues e suaves da rosa: para ele, a aurora tinha dedos de rosa. E todos os poetas a cantam: Chamam-na a Rainha das Flores.
Muitas lendas cercam o aparecimento desta soberana flor. Uma delas diz que o poeta, desejando oferecer a Júpiter uma coisa bela e frágil ao mesmo tempo, parou diante de um arbusto, colheu uma flor e disse a Júpiter: "Que seja a rosa". E, entre seus dedos, a metamorfose se realizou. A primeira rosa era branca. Também sobre a mudança de sua cor nasceu uma lenda gentil. Cupido, dirigindo um coral de danças, esbarrou num vaso de néctar, que caiu sobre a rosa, que, de branca, se tornou escarlate. Segundo outra lenda, a rosa teria nascido do sangue de Adônis, que Diana fez morrer por meio de um javali.
Sua verdadeira história perde-se na noite dos tempos. Foi cultivada nos famosos jardins babilônios e pelos Hebreus nos jardins de Jericó. Nas Sagradas Escrituras, lê-se: " Eu levantei meus braços para o alto como as palmeiras e como os roseirais de Jericó". Todos os povos que cultivaram a rosa sentiram o encanto desta flor.
Tão difícil de imitar, a rosa, desde milênios, vem tentando os lapidadores de pedra, gravadores, desenhistas, pintores. Há quatro mil anos, uma rosa enfeita um afresco no palácio de Cnosso, em Creta.
Ela brilha também nos capitéis das colunas medievais: sua cor transparece em mais de um vitral. Sóbria e algo rígida, se esculpida na pedra, densa de cores, quase exuberante, nos belos quadros dos pintores flamengos, a rosa repete, em todos os tempos, sua função de flor esplendorosa e real.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A História de Caronte: O Barqueiro dos Mortos

Mobilismo e Monismo

O Segredo de Cura dos Índios

A Livraria, de Penelope Fitzgerald